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AtualizadoQui, 28 Mar 2024 7pm

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Daichii Sankyo

 

Cardiotoxicidade

Anticoagulantes orais diretos em pacientes com câncer ativo

ariane 2020 bxRevisão sistemática e meta-análise publicada no JACC: CardioOncology, periódico da American College of Cardiology comparou a eficácia e os riscos de anticoagulantes orais diretos (DOACs) versus heparina de baixo peso molecular (dalteparina) em pacientes com tromboembolismo venoso (TEV) relacionado ao câncer. A cardio-oncologista Ariane Vieira Scarlatelli Macedo (foto), vice-presidente do Grupo de Estudos de Cardio-Oncologia da Sociedade Brasileira de Cardiologia e coordenadora de cardio-oncologia da rede D’Or, comenta os resultados.

Muitos pacientes com câncer têm um estado hipercoagulável e um risco aumentado de desenvolver tromboembolismo venoso, oclusão arterial e êmbolos pulmonares. Pacientes com câncer também podem ter um risco aumentado de sangramento com o tratamento anticoagulante. “Estudos recentes relataram que os anticoagulantes orais diretos (DOACs) não são inferiores à heparina de baixo peso molecular, dalteparina, na prevenção de TEV, mas têm uma taxa de sangramento mais alta, observam os autores.

Este estudo realizou uma análise sistemática de ensaios clínico randomizados (ECRs) publicados no PubMed, SCOPUS e Google Scholar entre 1º de setembro de 2007 a 31 de março de 2020 que relataram resultados clínicos do tratamento com DOACs versus dalteparina em pacientes com câncer com TEV agudo.

Dois investigadores realizaram independentemente a seleção dos estudos e extração de dados. Os dados extraídos foram registrados e exportados para software estatístico para todas as análises (OpenMetaAnalyst).

Resultados

O trabalho incluiu 4 ensaios clínicos randomizados (N = 2.907). Em comparação com anticoagulantes orais diretos, a dalteparina foi associada a maior recorrência de TEV (razão de risco [RR]: 1,55; 95% CI: 1,19 a 2,03; p = 0,001), enquanto sangramento não grave clinicamente relevante (CRNMB) foi significativamente menos frequente com dalteparina em comparação com DOACs (RR: 0,68; 95% CI: 0,54 a 0,86; p = 0,001). O risco de CRNMB foi amplamente observado em pacientes com malignidades gastrointestinais.

Não foram observadas diferenças significativas no sangramento maior pelos critérios ISTH (RR: 0,74; 95% CI: 0,52 a 1,06; p = 0,11).

Os autores concluíram que DOACs não foram inferiores à dalteparina na prevenção da recorrência de TEV em pacientes com câncer sem um risco significativamente aumentado de sangramento maior. “No entanto, os anticoagulantes orais diretos foram associados a taxas mais altas de sangramento não grave clinicamente relevante em comparação com a dalteparina, principalmente em pacientes com doenças malignas gastrointestinais”, observaram.

Segundo Ariane, os achados desta meta-análise confirmam que a utilização dos DOACs é um passo importante na evolução da terapia anticoagulante em pacientes com câncer com TEV. “É importante reconhecer os sucessos na medicina quando eles ocorrem: a maioria dos pacientes tratados com DOACs para TEV relacionado ao câncer agudo não terá TEV recorrente ou sangramento maior. A seleção de pacientes para terapia DOAC versus LMWH deve ser individualizada, levando em consideração o risco de sangramento, interações medicamentosas, custo financeiro, toxicidade e, acima de tudo, preferências e valores do paciente”, destaca.

Referência: Jolanda Sabatino, Salvatore De Rosa, Alberto Polimeni, Sabato Sorrentino, Ciro Indolfi, Direct Oral Anticoagulants in Patients With Active Cancer: A Systematic Review and Meta-Analysis, JACC: CardioOncology, Volume 2, Issue 3, 2020, Pages 428-440, ISSN 2666-0873, https://doi.org/10.1016/j.jaccao.2020.06.001.

 

 
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