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AtualizadoQui, 28 Mar 2024 7pm

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Daichii Sankyo

 

ESMO - ECC 2015

Seleção genética de metástases cerebrais pode revelar novos alvos

Glioma_NET_OK.jpgDesvendar as sequências genéticas das metástases cerebrais pode oferecer alvos inesperados para um tratamento eficaz. Os dados do estudo foram apresentados no Congresso Europeu de Câncer (ECC2015), em Viena, domingo, 27 de setembro, e publicados simultaneamente no Cancer Discovery [1].

Os pesquisadores descobriram que o tumor primário de um paciente pode ter diferenças importantes no nível genético em comparação ao câncer que metastatizou para o cérebro. A caracterização genética do câncer primário de um paciente pode ser utilizada para otimizar as decisões de tratamento, e possibilitar a escolha de drogas que tenham como alvo mutações específicas. No entanto, as metástases cerebrais não são rotineiramente biopsiadas e analisadas.
 
"As metástases cerebrais são uma complicação devastadora e representam uma necessidade não atendida no atual tratamento do câncer. Aproximadamente 8% a 10% dos doentes com câncer vão desenvolver metástases cerebrais, sendo que mais de metade dos pacientes com diagnóstico de metástases do cérebro morrem em alguns meses. As opções de tratamento são limitadas. Mesmo que o tratamento tenha êxito em controlar o câncer em outras partes do corpo, as metástases cerebrais geralmente evoluem rapidamente", afirmou Priscilla Brastianos, neuro-oncologista e diretora do Brain Metastasis Program do Massachusetts General Hospital, em Boston, Estados Unidos.
 
"Quando o tecido da metástase cerebral está disponível como parte do atendimento clínico, sugerimos o sequenciamento e análise dessa amostra. Isto pode oferecer mais oportunidades terapêuticas para o paciente. A caracterização genética de apenas uma única metástase cerebral pode ser superior à do tumor primário ou de um linfonodo para a selecção do tratamento-alvo”, disse Brastianos." 

Métodos e resultados 

Brastianos e colegas estudaram amostras de tecidos de 104 adultos com câncer. Em colaboração com Scott Carter e Gad Getz no Broad Institute, Cambridge, analisaram geneticamente biópsias do tumor primário, metástases cerebrais e de tecidos normais em cada adulto. Para 20 pacientes, eles também tiveram acesso a metástases em outras partes do corpo.
 
Os pesquisadores descobriram que, em todos os pacientes, a metástase cerebral e o tumor primário compartilharam parte da sua genética, mas também houve diferenças fundamentais. Em 56% dos pacientes foram encontradas alterações genéticas nas metástases cerebrais que potencialmente seriam alvo de drogas, mas não no tumor primário.
 
"Nós encontramos alterações genéticas em metástases cerebrais que poderiam afetar as decisões de tratamento em mais da metade dos pacientes em nosso estudo", disse Brastianos. "Nós não poderíamos detectar essas alterações genéticas na biópsia do tumor primário. Isto significa que quando nós contamos apenas com a análise de um tumor primário podemos perder mutações nas metástases cerebrais que poderíam ser atacadas e tratadas eficazmente com drogas", acrescentou.
 
O estudo também descobriu que em pacientes com mais de uma metástase cerebral, elas eram geneticamente similares.
 
Os pesquisadores usaram suas descobertas para mapear a evolução do câncer pelo corpo do paciente e elaborar uma árvore filogenética de cada paciente para demonstrar como a doença havia se espalhado e de onde cada metástase havia se originado.
 
Eles concluíram que as metástases cerebrais e o tumor primário compartilham um ancestral genético comum. Uma vez que uma célula cancerosa, ou clone, se espalha do tumor local primário para o cérebro, ele continua a desenvolver e acumular mutações genéticas. A semelhança genética das metástases cerebrais em pacientes individuais sugere que cada metástase cerebral se desenvolveu a partir de um único clone que entra no cérebro.
 
As alterações genéticas em metástases cerebrais foram independentes de qualquer ocorrência no tumor primário e em metástases em outras partes do corpo, disseram os investigadores.
 
Brastianos disse que é necessário mais investigação. "A relevância clínica deste achado precisa ser melhor estudada em ensaios clínicos prospectivos. Nós ainda precisamos verificar se a determinação do alvo das mutações genéticas no cérebro vai levar a melhores resultados clínicos", afimou.
 
A pesquisa foi apoiada pelo US National Institute of Health.
 
Abstract no: 2905. “Genomic characterisation of brain metastases and paired primary tumours reveals branched evolution and potential therapeutic targets”. Central nervous system proffered paper session, 09.00–11.10 hrs (CEST), Sunday 27 September, Lehar 3, (presenting at 10.25 hrs).
 
[1] “Genomic characterization of brain metastases reveals branched evolution and potential therapeutic targets”, by Priscilla K. Brastianos et al. doi: 10.1158/2159-8290.CD-15-0369. Published online in Cancer Discovery
 


 

 
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