2016

KEYNOTE-021: imunoterapia no câncer de pulmão

Carcinoma_Hepatocelular_NET_OK.jpgO anticorpo anti-PD-1 pembrolizumabe mostrou eficácia como monoterapia no tratamento de primeira linha do câncer de pulmão não-pequenas células avançado (CPNPC) e na ESMO 2016 também mostrou benefícios em combinação com a dupla de platina nesse cenário da doença. Os dados são do KEYNOTE-021 e foram publicados no Lancet Oncology1.

O KEYNOTE 021 é um estudo aberto, randomizado, de fase 2, que inscreveu pacientes com CPNPC não escamoso avançado, a partir de 26 centros médicos nos Estados Unidos e Taiwan.
 
Métodos
 
Foram elegíveis pacientes com histologia não escamosa, sem mutações genéticas alvejáveis por quimioterapia (EGFR ou ALK), com estadiamento III ou IV. Os pacientes foram randomizados (1:1) e estratificados em 4 grupos, de acordo com o escore de expressão de PD-L1 no tumor (<1% vs ≥1%).
 
Os pacientes do grupo experimental receberam 4 ciclos de pembrolizumabe (200 mg) mais carboplatina dosada para uma área sob a curva (AUC) de 5 mg/mLe pemetrexede (500 mg/m2) a cada 3 semanas, esquema seguido de pembrolizumabe durante 24 meses e terapia de manutenção com pemetrexede. Os pacientes do braço de comparação foram tratados com esquema de carboplatina e pemetrexede, seguido de pemetrexede como terapia de manutenção.
 
O desfecho primário foi a proporção de pacientes com resposta objetiva, definida como a porcentagem de pacientes com resposta completa ou parcial confirmada radiologicamente de acordo com os critérios RECIST (v1.1).  
 
Resultados
 
Entre 25 de novembro de 2014 e 25 de janeiro de 2016, 123 pacientes foram inscritos, 60 aleatoriamente designados para o grupo de quimioterapia + pembrolizumab e 63 para o grupo de quimioterapia isolada.
 
A análise mostra que 33 pacientes tratados com quimioterapia + pembrolizumabe atingiram resposta objetiva em comparação com 18 pacientes no grupo de quimioterapia isolada.
 
A incidência de eventos adversos grau 3 ou superior relacionados ao tratamento foi similar entre os grupos avaliados. Os eventos adversos mais comuns (grau 3 ou maior) no tratamento de pembrolizumabe +QT foram anemia (12%)e diminuição da contagem de neutrófilos (5%). Seis eventos adicionais ocorreram em dois pacientes (3%) em cada um dos braços, que tiveram lesão renal aguda, diminuição da contagem de linfócitos, fadiga, neutropenia, sepse e trombocitopenia.
 
No grupo de quimioterapia isolada, os eventos mais comuns de grau 3 ou superior foram anemia (12%), diminuição da contagem de neutrófilos (5%), pancitopenia (3%) e trombocitopenia (3%). Um paciente (2%) do grupo de quimioterapia + pembrolizumabe teve morte relacionada ao tratamento devido à sepse, em comparação com duas mortes (3%) no grupo de quimioterapia um por sepse; outra por pancitopenia.
 
Os resultados do estudo sugerem que a combinação de pembrolizumabe, carboplatina e pemetrexede poderia ser uma opção de tratamento de primeira linha eficaz e tolerável para pacientes com CPNPC não escamoso avançado. O estudo foi financiado pela Merck & Co (ClinicalTrials.gov, nº NCT02039674).

Erramos: O conteúdo desta notícia foi alterado. A versão anterior continha erro no nome do estudo. 
 
Referência: Carboplatin and pemetrexed with or without pembrolizumab for advanced, non-squamous non-small-cell lung cancer: a randomised, phase 2 cohort of the open-label KEYNOTE-021 study - DOI: http://dx.doi.org/10.1016/S1470-2045(16)30498-3