Seleção molecular em câncer colorretal

Carmen_Allegra_2_NET_OK.jpgA Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO) atualizou as linhas de recomendação para testes nas mutações no gene RAS1, incorporando evidências recentes. “A atualização vai permitir melhorar os testes para selecionar as opções de tratamento mais adequadas aos pacientes”, defendeu Carmen J. Allegra, chefe da Divisão de Hematologia e Oncologia da Universidade de Saúde da Florida, em artigo que circulou no 2016 Gastrointestinal Cancers Symposium.

As mutações no gene RAS são encontradas em cerca de um terço de todos os cânceres humanos. No câncer colorretal, identificar essas mutações ajuda a determinar o melhor tratamento oncológico. “Pacientes com câncer colorretal metastático que apresentam mutações RAS não são suscetíveis de se beneficiar das terapias anti-EGFR, de acordo com a diretriz da ASCO”, observou o especialista.
 
Anticorpos monoclonais que inibem a via EGFR ampliaram as opções de tratamento em câncer colorretal metastático. As primeiras recomendações previam apenas testes para as mutações KRAS exon 2 (codons 12 e 13), consideradas até então as mutações mais presentes. Agora, graças a um corpo maior de evidências, a ASCO atualizou a lista de testes para avaliar possíveis mutações em toda a árvore RAS.
 
“Há uma urgência em conhecer de forma mais assertiva quais pacientes se beneficiarão dos anticorpos monoclonais anti-EGFR e quais aqueles que não desfrutarão dos benefícios e ainda ficarão expostos à toxicidade.
 
A diretriz atualizada recomenda que antes do tratamento com a terapia anti-EGFR, os pacientes com câncer colorretal metastático devem ter o tumor testado quanto a mutações em: KRAS exon 3 (códons 59 e 61), KRAS exon 4 (códons 117 e 146), e NRAS exon 2 (códons 12 e 13), NRAS exon 3 (códons 59 e 61) e NRAS exon 4 (códons 117 e 146), além do teste previamente recomendado de KRAS exon 2 (códons 12 e 13).
 
“As mutações no KRAS exon 2 são as mais comuns, respondendo por aproximadamente 40% de todas as mutações genéticas RAS, disse ele. As mutações recentemente adicionados à diretriz compreendem aproximadamente de 10% a 12% dos casos”, explicou Allegra.
 
Referências: Allegra CJ, et al. J Clin Oncol. 2015; outubro 6. [Epub ahead of print]