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AtualizadoQua, 24 Abr 2024 8pm

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Daichii Sankyo

 

Teste genômico de rotina é viável, mas beneficia apenas um subgrupo de pacientes

Guideline_teste_molecular_NET_OK.jpgA análise interina de um estudo francês com 1.944 pacientes com câncer avançado sugere que o teste genômico generalizado de rotina é viável, embora no momento ofereça benefícios clínicos apenas a um subgrupo de pacientes. Segundo os autores, apesar de um número crescente de pacientes com câncer avançado receber algum teste genômico, testes abrangentes ainda não fazem parte da rotina de cuidados.

"Este estudo fornece mais validação para o uso da genômica na prática clínica e mostra que isso poderia muito bem orientar escolhas de tratamento para pacientes com câncer avançado", disse Sumanta Kumar Pal, expert da ASCO. "Esses dados são particularmente interessantes em relação às recentes aprovações de imunoterapia para pacientes que apresentam evidência de instabilidade genômica", acrescentou.
 
Os pesquisadores encontraram pelo menos uma alteração "acionável" em 52% das amostras tumorais testadas (alterações "acionáveis" são mudanças genéticas que teoricamente podem ser correspondentes às terapias-alvo). Um painel molecular multidisciplinar recomendou tratamentos direcionados para 676 pacientes, e 143 deles receberam o tratamento recomendado. A taxa de sobrevida em cinco anos foi maior entre os pacientes que receberam o tratamento recomendado em comparação com aqueles pacientes que não o fizeram (34,8% vs. 28,1%).
 
"Nosso trabalho confirma que o perfil genômico abrangente pode ser realizado na prática rotineira para selecionar os pacientes para terapias-alvo contra o câncer", disse o autor principal do estudo, Olivier Tredan, presidente do Departamento de Oncologia Médica do Centro Léon Bérard em Lyon, França. "A tecnologia está amplamente disponível e requer apenas uma pequena quantidade de DNA. Teoricamente, poderíamos fazer esse teste para todos os pacientes na França", disse o especialista.
 
Sobre o estudo
 
ProfiLER é um ensaio clínico em andamento que utiliza o perfil genômico dos tumores para orientar as decisões de tratamento para pacientes com diagnóstico de câncer avançado. O DNA de amostras tumorais é analisado por sequenciamento de próxima geração de 69 genes relacionados ao câncer e hibridação genômica comparativa do genoma completo.
 
Semanalmente, um painel multidisciplinar de especialistas se reúne para avaliar os resultados dos testes genômicos e, se encontradas mutações acionáveis, recomenda terapias-alvo molecular. "Recomendamos os tratamentos para pacientes que apresentaram mutações em caminhos que poderiam ser alvo de medicamentos comercialmente disponíveis ou aqueles testados em ensaios clínicos iniciais", disse Tredan.
 
Principais conclusões
 
Até a data, 2.676 pacientes se inscreveram no estudo e 1.944 tumores foram analisados, incluindo câncer colorretal, ginecológico, mama, cérebro e cabeça e pescoço, além de sarcoma. As mutações acionáveis ​​foram encontradas em 1.004 (52%) amostras tumorais; 609 pacientes tiveram apenas uma mutação acionável, e 394 tiveram duas ou mais (até seis). As vias acionáveis mais comuns foram KRAS e PI3K/mTOR.
 
O conselho recomendou terapias-alvo molecular para 676 pacientes (35% de 1.944 testados) com base na disponibilidade de drogas direcionadas à proteína alvo ou à via ativada pelo alvo. Destes, 143 receberam o tratamento recomendado, principalmente através da inscrição em ensaios clínicos. Os outros 533 pacientes não foram capazes de receber o tratamento recomendado devido à más condições de saúde/progressão rápida do câncer, não atendendo aos critérios de elegibilidade para um ensaio clínico; ou dificuldade em obter medicamentos comerciais off-label.
 
Os pesquisadores compararam as taxas de sobrevida global para os 143 pacientes que receberam terapias-alvo e 502 pacientes que não fizeram o tratamento recomendado. Aos três anos, 53,7% dos pacientes que receberam a terapia-alvo recomendada estavam vivos, em comparação com 46,1% dos pacientes que não o fizeram. A taxa de sobrevida em cinco anos também foi maior para os pacientes que receberam terapia-alvo (34,8% vs. 28,1%).
 
Os pesquisadores estão planejando um novo ensaio clínico randomizado, ProfiLER 02, que irá comparar o teste de 70 genes utilizado no presente estudo com um teste comercial de 315 genes. Esse estudo deve revelar se o rastreio de um maior número de genes leva a mais recomendações para terapias-alvo.
 
O trabalho foi financiado pela LYRIC e BPI France Financement.
 
Referência: Abstract LBA100: Routine molecular screening of advanced refractory cancer patients: An analysis of the first 2490 patients of the ProfilER Study. - Olivier Tredan et. Al - Citation: J Clin Oncol 35, 2017 (suppl; abstr LBA100)
 
 

 

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