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X Congresso Franco-Brasileiro

Quimioterapia Adjuvante nos Tumores Periampulares – O que fazer?

JULIANA FLORINDA NET OKJuliana Florinda de M. Rêgo (FOTO), membro do Grupo Brasileiro de Tumores Gastrointestinais (GTG), oncologista do Onconcentro e do Hospital das Clínicas da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, enfoca o cenário de tratamento adjuvante nos tumores periampulares, em apresentação no X Congresso Franco-Brasileiro de Oncologia.

Os tumores periampulares compreendem um grupo heterogêneo de neoplasias que mantêm estreita relação anatômica com a ampola de Vater, dentre os quais estão os colangiocarcinomas, carcinomas de ampola de Vater, de duodeno e de cabeça de pâncreas. O tratamento adjuvante pode variar de acordo com o sítio primário. Nos adenocarcinomas de pâncreas, a quimioterapia adjuvante baseava-se em gencitabina monodroga até o ano de 2017,1 quando o estudo ESPAC-42 mostrou superioridade em sobrevida global (SG) da combinação de gencitabina e capecitabina em relação a gencitabina isolada (SG: 25,5 vs 28 meses, HR 0,82; p=0,032). Na ASCO de 2018, Conroy T et al demostraram superioridade do esquema FOLFIRINOX modificado em relação a gencitabina (SG: 54,4 vs 35,0 meses, p=0,003), passando esse, então, a ser o tratamento adjuvante de primeira escolha para pacientes com bom performance status.3

Em relação aos colangiocarcinomas, apesar do estudo PRODIGE 12-ACCORD 184 não ter mostrado benefício do esquema GEMOX adjuvante em relação à observação, o estudo BilCap,5 apresentado na ASCO 2017 estabeleceu um novo padrão de tratamento ao mostrar ganho em sobrevida livre de progressão (17,6 vs 24,6 meses, HR = 0,76; p=0,039) e sobrevida global (SG mediana na população por protocolo: 52,7 vs 36,1m, HR 0,75, p=0,028) para os pacientes que receberam capecitabina 2500mg/m2/dia do D1 ao D14 a cada 3 semanas, por 8 ciclos versus observação.

Quanto aos tumores de ampola de Vater e duodeno, o estudo de fase III com maior representatividade é o ESPAC3,6 que randomizou tumores periampulares não pancreáticos para observação, 5-FU ou gencitabina adjuvante. Este estudo foi negativo para seu endpoint primário (SG de quimioterapia versus observação),  mas em análise secundária com ajuste de variáveis prognósticas por meio de regressão múltipla, favoreceu-se quimioterapia versus observação (HR=0,75; p=0,03), particularmente com gencitabina (HR=0,7; p=0,03), o que deve ser ponderado caso a caso.

Referências: 

1 – Oettle H, et al. Adjuvant chemotherapy with gemcitabine vs observation in patients undergoing curative-intent resection of pancreatic cancer: a randomized controlled trial. JAMA. 2007;297(3):267

2 – Neoptolemos JP, et al. Comparison of adjuvant gemcitabine and capecitabine with gemcitabine monotherapy in patients with resected pancreatic cancer (ESPAC-4): a multicentre, open-label, randomised, phase 3 trial. Lancet 389:1011, 2017

3 – Conroy T, et al: Unicancer GI PRODIGE 24/CCTG PA.6 trial: A multicenter international randomized phase III trial of adjuvant mFOLFIRINOX versus gemcitabine in patients with resected pancreatic ductal adenocarcinomas. 2018 ASCO Annual Meeting. Abstract LBA4001.

4 – Edeline J, et al. Adjuvant GEMOX for biliary tract cancer: updated relapse-free survival and first overall survival results of the randomized PRODIGE 12-ACCORD 18. Abstract LBA29, ESMO 2017.

5 – Primrose JN, et al. Adjuvant capecitabine for biliary tract cancer: The BILCAP randomized study. ASCO 2017. Abstr 4006.

6 – Neoptolemos JP, et al. Effect of Adjuvant Chemotherapy With Fluorouracil Plus Folinic Acid or Gemcitabine vs Observation on Survival in Patients With Resected Periampullary Adenocarcinoma. The ESPAC-3 Periampullary Cancer Randomized Trial - JAMA. 2012;308(2):147-156

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