ESMO 2019

Expressão de Parkina, APEX1 e BCL2L1 em diferentes subtipos de câncer de mama

bianca cabral poster esmo2019 bxEstudo apresentado na sessão de pôster pela bióloga Bianca Cabral (foto), mestranda em Ciências da Saúde na PUCPR, buscou avaliar a expressão imunoistoquímica de Parkina, APEX1 e BCL2L1 em amostras parafinadas de pacientes da região sul do Brasil com câncer de mama de diferentes subtipos moleculares, e sua associação com variáveis ​​clínicas.

Atualmente, alterações nos padrões de expressão da proteína Parkina foram descritas em várias doenças, incluindo o câncer de mama. No entanto, a associação dessas alterações com fatores prognósticos e preditivos do câncer permanece incerta. Além disso, a Parkina regula outras proteínas como a APEX1, crucial para reparar os danos no DNA oxidado e a BCL2L1, um regulador apoptótico.

“É de extrema importância descrever o perfil de expressão dessas proteínas nos diferentes subtipos moleculares do câncer de mama e suas associações com variáveis clínicas dos pacientes”, observaram os autores.

Métodos e resultados

A análise imunoistoquímica de Parkina, APEX1 e BCL2L1 foi realizada em diferentes subtipos moleculares de câncer de mama de pacientes da região sul do Brasil. As amostras foram organizadas em 112 Tissue MicroArrays (TMA) (46 Luminal B, 24 Luminal A, 24 Basal e 18 HER2), obtidos no Hospital Nossa Senhora das Graças, em Curitiba, Paraná, de pacientes acompanhadas de 5 a 18 anos.

Parkina, APEX1 e BCL2L1 demonstraram diferentes padrões de expressão entre os subtipos. O padrão de expressão de BCL2L1 foi significativamente associado à sobrevida livre de doença, independente dos subtipos moleculares, status dos linfonodos e tamanho do tumor (p=0,023). Os autores observaram que quanto maior a expressão de BCL2L1, menor a sobrevida livre de doença.

Em conclusão, a expressão de BCL2L1 está diretamente associada à recidiva de tumores ductais de mama, independentemente de outras variáveis ​​clínicas.

“É relevante enriquecer o conhecimento sobre a patogênese e progressão do câncer de mama em seus diferentes perfis histopatológicos, para que alternativas mais eficientes possam ser empregadas no seu diagnóstico precoce e específico, no estadiamento tumoral, no direcionamento do tratamento, na seleção de drogas e no estabelecimento de prognóstico. O estudo do perfil de expressão de Parkina, APEX1 e BCL2L1 poderá contribuir para a caracterização desta neoplasia, bem como oferecer dados para uma melhor compreensão da expressão destas proteínas”, concluiu Bianca.

Referência: Parkin, APEX1 and BCL2L1 Tissue Expression in Southern Brazilian Patients with Different Breast Cancer Molecular Subtypes - B.B. Cabral1, F.V. Riva1, Í. Rabinovich2, M. Olandoski1, L. Noronha1, V.S. Sotomaior1 - Annals of Oncology (2019) 30 (suppl_5): v1-v24. 10.1093/annonc/mdz238