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AtualizadoTer, 16 Abr 2024 2am

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Daichii Sankyo

 

ASH 2021

Estudo brasileiro descreve o cenário do transplante alogênico em adultos com leucemia linfoblástica aguda no Brasil

wellingtonWellington F. Silva (foto), hematologista do ICESP é primeiro autor de estudo que descreve os resultados do transplante alogênico de células-tronco (TCTH) em pacientes com leucemia linfoblástica aguda (LLA) em centros brasileiros, com resultados que impactam a estratégia de seleção de doadores no nosso país. A análise foi apresentada na ASH 2021 e examina os fatores de risco para sobrevida global (OS), sobrevida livre de doença (DFS), incidência cumulativa de recidiva (CIR), mortalidade sem recidiva (NRM) e doença do enxerto contra hospedeiro (GVHD) após TCTH.

Neste estudo, foram elegíveis pacientes com LLA ou leucemia de linhagem ambígua acima de 16 anos que realizaram o primeiro TCTH em 5 centros brasileiros, entre janeiro de 2007 e dezembro de 2017.

Foram incluídos 275 pacientes com mediana de 31 anos (variação, 16-65). O cromossomo Filadélfia foi encontrado em 35% da população avaliada. As características da linha de base estão resumidas na Tabela 1. Doador irmão compatível (MSD), doador não relacionado compatível (MUD), doador não relacionado incompatível (MMUD), doador haploidêntico e cordão umbilical foram relatados em 53%, 19%, 9%, 19% e 5%, respectivamente.

Silva e colegas descrevem que a irradiação corporal total (TBI) foi utilizada em 67% dos TCTH mieloablativos. O tempo médio para o TCTH foi de 7,8 meses. A taxa de falha de enxerto foi de 1,5%. O tempo médio de acompanhamento foi de 6,4 anos.

Os resultados reportados na ASH 2021 mostram que a incidência cumulativa da doença do enxerto contra hospedeiro (GVHD) de grau II-IV agudo e GVHD crônica foi de 54,2% e 26,2%, respectivamente. Na AMIU, o uso de doador não relacionado compatível (HR = 2,3) e o aumento da idade do doador (HR = 1,02) estiveram associados à DECH. A incidência cumulativa de recidiva em cinco anos foi de 28,1% (IC de 95% 22,9-33,6) e a mortalidade sem recidiva em 5 anos foi de 34,1% (IC de 95% 28,4-39,8).

Em D + 100, a incidência de NRM foi de 22,6%. O envolvimento do sistema nervoso central ao diagnóstico (HR = 2,2) e o estado da doença (HR 1,8 para CR2 + e HR 7,9 para refratários) aumentaram a incidência de recidiva, enquanto o uso de enxerto de sangue periférico (HR = 0,51) e doador haploidêntico (HR = 0.4) diminuíram significativamente a incidência de recaídas. No MVA, o NRM foi aumentado pela idade do paciente (HR = 1,04), estado refratário (HR = 4,2), MUD (HR = 3,8) e idade do doador (HR = 1,02). O efeito central foi significativamente associado à recidiva e NRM. Sobrevida global e sobrevida livre de doença em cinco anos foram de 40,7% (IC 95% 35,1-47,1) e 37,8% (IC 95%-32,3-44,1), respectivamente (Figura 1). A idade do paciente, a idade do doador e o estado da doença foram independentemente associados com sobrevida global e livre de doença (Tabela 2).

Quando o GVHD (como variável dependente do tempo) foi introduzido no MVA para OS e DFS, foi associado com OS diminuídos (HR 4,2, p <0,001), mas não com DFS. A positividade pré-TCTH de doença residual mínima (> 0,01%) foi associada a pior SLD na análise univariada (HR = 1,47) nos casos disponíveis.

“Esta é a maior série envolvendo adultos recebendo TCTH do Brasil. Enquanto a sobrevida global e sobrevida livre de doença foram semelhantes aos dados já publicados, a mortalidade sem recidiva foi maior na série brasileira”, concluem os autores. “A idade do paciente e a idade do doador superaram o tipo de doador ou a origem do enxerto em nossa análise. Curiosamente, o TCTH haploidêntico se relacionou com menores índices de recidiva, enquanto o uso de doador não relacionado compatível foi associado a taxas mais altas de NRM e GVHD. Esses resultados impactam a estratégia de seleção de doadores em nosso país, visando oferecer oportunamente o TCTH para pacientes com LLA de alto risco em nosso meio”, destacam.

"Foi importante a ausência de diferença nas taxas de sobrevivência independentemente do tipo de doador, o que justifica a nossa opção por doadores mais disponíveis, como o doador haploidêntico. Estratégias visando reduzir a mortalidade por toxicidade e negativar a doença residual mínima antes do procedimento parecem aumentar as taxas de cura", acrescentou Silva, que também é médico do serviço de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP).

O estudo tem como coautores Mariana Nassif Kerbauy, Iago Colturato, Ana Carolina Arrais Maia, Luciana Tucunduva, George Barros, Vergilio Rensi Colturato e Nelson Hamerschlak. O autor sênior é o hematologista Vanderson Rocha, do HC-FMUSP.

Referência: 2926 Predictive Factors and Outcomes after Allogeneic Stem-Cell Transplantation for Adults with Acute Lymphoblastic Leukemia in Brazil - Wellington F Silva, MD, Dalila Cysne, MD, Mariana Nassif Kerbauy, MD, Iago Colturato, MD, Ana Carolina Arrais Maia, MD, Luciana Tucunduva, MD, George Barros, MD, Vergilio Rensi Colturato, MD, Nelson Hamerschlak, MD, PhD and Vanderson Rocha, MD, PhD
Program: Oral and Poster Abstracts
Session: 732. Allogeneic Transplantation: Disease Response and Comparative Treatment Studies: Poster II
Hematology Disease Topics & Pathways:
Lymphoid Leukemias, ALL, Biological, Adults, Clinical Research, Clinically Relevant, Diseases, Real World Evidence, Therapies, Lymphoid Malignancies, Study Population, Transplantation
Sunday, December 12, 2021, 6:00 PM-8:00 PM

 
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