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AtualizadoQui, 28 Mar 2024 2pm

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Daichii Sankyo

 

ASCO GI 2022

Doença residual molecular e eficácia da quimioterapia adjuvante no câncer colorretal

virgilio souza silva 22 bxA doença residual molecular (MRD) baseada em DNA tumoral circulante (ctDNA) tem o potencial de selecionar pacientes que podem se beneficiar mais da quimioterapia adjuvante (ACT) padrão de tratamento (SOC), avaliando com precisão o risco de recorrência pós-cirurgia e a eficácia da quimioterapia adjuvante. Análise do estudo GALAXY, um estudo observacional que monitora a MRD, avaliou a associação da dinâmica do ctDNA com os resultados clínicos de curto prazo e a eficácia da quimioterapia adjuvante. O estudo foi tema de sessão oral no ASCO GI 2022, em apresentação de Masahito Kotaka, do Gastrointestinal Cancer Center, Sano Hospital, em Kobe, Japão. Virgílio Souza e Silva (foto), oncologista do A.C.Camargo Cancer Center, analisa os resultados.

Os pesquisadores utilizaram um ensaio personalizado informado pelo tumor (ensaio Signatera multiplex-PCR NGS) para detecção de DRM após 4 semanas em pacientes com câncer colorretal (CCR). As taxas de sobrevida livre de doença em seis meses (6M-DFS) foram analisadas, excluindo pacientes inscritos em estudos de fase III utilizando biópsia líquida (VEGA e ALTAIR).

Resultados

Um total de 1.365 pacientes com CCR inscritos entre junho de 2020 e abril de 2021 foram incluídos nesta análise; 116 com doença estágio I (pStage I), 478 com estágio II (pStage II), 503 estágio III (pStage III) e 268 com doença oligometastática ressecável (​​pStage IV);16% [42/268] receberam quimioterapia neoadjuvante.

A taxa de 6M-DFS pela dinâmica do ctDNA de 4 a 12 semanas foi de 98% no grupo 'negativo para negativo' (N = 618), 59% em 'negativo para positivo' (N = 32), 100% em 'positivo para negativo' (N = 58) e 45% em 'positivo para positivo' (N = 78), com diferença significativa entre os grupos 'positivo para negativo' e 'positivo para positivo' [HR de 52,3 (IC 95%: 7,2-380,5; p < 0,001), com tempo médio de seguimento de 6,6 meses.

Dos 188 pacientes que eram MRD+ na semana 4 com status MRD disponível na semana 12, 95 receberam SOC ACT (80/95 receberam fluoropirimidina [FP] + oxaliplatina e 15 receberam FP sozinho) por decisão do investigador. A taxa de depuração de ctDNA na semana 12 foi significativamente maior em ACT vs. não ACT; 57% (54/95) vs. 8% (7/93) em pStage I-IV (p < 0,001) e 58% (42/72) vs. 11% (4/37) em pStage II-III (p < 0,001). Além disso, a taxa de depuração de ctDNA na semana 24 também foi significativamente maior em ACT vs. não ACT; 26% (7/27) vs. 0% (0/30) em pStage I-IV (p = 0,003) e 33% (7/21) vs. 0% (0/15) em pStage II-III (p = 0,03).

Os resultados também revelam que a incidência cumulativa de depuração de ctDNA foi significativamente maior em ACT vs. não-ACT (67% vs. 7% por 24w; HR cumulativo = 17,1; IC 95%: 6,7-43,4, p < 0,001). Entre pacientes com MRD+ na semana 4, a taxa de 6M-DFS foi significativamente maior no ACT vs. não ACT; 84% vs. 34% (HR = 0,15; IC 95%: 0,078-0,25; p < 0,001), benefício observado em todos os estágios, incluindo o estágio II.

“Esta análise do estudo GALAXY é o maior estudo de MRD até o momento, demonstrando a associação da dinâmica do ctDNA com melhores resultados clínicos em pacientes MRD+. Nosso estudo mostra que estratificar as decisões de tratamento pós-cirúrgico usando o ensaio pode identificar os pacientes que provavelmente se beneficiarão da ACT em todos os estágios, incluindo o pStage II. A estratégia adjuvante guiada por ctDNA será ainda estabelecida por estudos randomizados em andamento (VEGA e ALTAIR) e apresentada em futuras conferências”, concluem os autores.

“O estudo GALAXY demonstra que a MRD definida por ct-DNA de forma pontual e cinética, além de ser um biomarcador prognóstico altamente específico, é importante para o oncologista na decisão terapêutica do tratamento adjuvante, e com isso, contribui para estratificar os pacientes com CCR estádios II e III que se beneficiariam da quimioterapia”, observa Virgílio.

“A ASCO GI 2022 trouxe também outros estudos que fortalecem a biópsia liquida como ferramenta promissora para predizer o risco de recorrência, estratificar o beneficio do tratamento adjuvante, além da avaliação prognóstica dos pacientes com câncer colorretal (CCR)”, conclui.

Informações sobre ensaios clínicos: jRCT1031200006.

Referência: Association of circulating tumor DNA dynamics with clinical outcomes in the adjuvant setting for patients with colorectal cancer from an observational GALAXY study in CIRCULATE-Japan.
First Author: Masahito Kotaka, MD, PhD
Meeting: 2022 ASCO Gastrointestinal Cancers Symposium
Session Type: Oral Abstract Session
Session Title: Oral Abstract Session C: Cancers of the Colon, Rectum, and Anus
Track: Colorectal Cancer
Subtrack: Translational Research
Abstract #: 9
Clinical Trial Registry Number: 1031200006
DOI: 10.1200/JCO.2022.40.4_suppl.009

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