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AtualizadoQui, 28 Mar 2024 7pm

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Daichii Sankyo

 

Coberturas Especiais

BOLERO- 1 mostra resultados finais de sobrevida livre de progressão

Mama_News_1_OK.jpgOs resultados da análise final de sobrevida livre de progressão, taxa de resposta e segurança do estudo randomizado de fase III BOLERO-1 (Breast  Cancer Trials of Oral Everolimus-1) foram apresentados no San Antonio Breast Cancer Symposium.

BOLERO-1 é um ensaio clínico duplo-cego, randomizado, de fase III, que avalia se a adição do inibidor de mTOR everolimus ao trastuzumabe e paclitaxel melhora a sobrevida livre de progressão em pacientes com câncer de mama avançado HER2-positivo, que não receberam tratamento prévio.
 
Os dados apresentados em San Antonio consideraram a sobrevida livre de progressão para a população geral de pacientes e na subpopulação com doença receptor hormonal negativo, além da análise dos endpoints secundários do estudo, incluindo a segurança. Os resultados do estudo BOLERO-3 apresentados ano passado mostraram que a adição de everolimus ao trastuzumabe e quimioterapia (vinorrelbina) melhorou significativamente a sobrevida livre de progressão em pacientes com câncer de mama metastático HER2-positivo resistentes ao trastuzumabe que haviam sido previamente tratados com quimioterapia baseada em taxano.
 
“No cenário do câncer de mama metastático, a hiperexpressão do HER 2 tornou-se uma grande oportunidade terapêutica, em virtude das recentes avanços na terapia alvo anti-HER2: trastuzumabe, pertuzumabe, TD-M1 e o lapatinibe. Este arsenal tem proporcionado um benefício substancial em taxas resposta, sobreviva livre de progressão e até mesmo um aumento significativo na sobreviva global”, explica Daniel Luiz Gimenes, oncologista clínico do Centro Paulista de Oncologia (CPO).
 
Entretanto, o especialista ressalta que as células neoplásicas do câncer de mama podem ter de princípio ou desenvolver mecanismos de resistência à terapia anti-HER2 ao longo do tempo. Um dos principais mecanismos de resistência encontra-se na via da mTOR, especificamente a enzima PI3K que, quando mutada, confere resistência ao trastuzumabe. Neste sentido, o estudo Bolero-1 foi desenhado para avaliar se oferecer o everolimus, um inibidor da mTOR, poderia conferir benefícios terapêuticos ao regime de tratamento com trastuzumabe e paclitaxel, através da reversão de uma eventual resistência primária ao trastuzumabe. 

Métodos e resultados

Sara A. Hurvitz, professora-clínica associada de medicina e diretora do Breast Oncology Program na Universidade da Califórnia, em Los Angeles, e colegas inscreveram no estudo BOLERO-1 719 mulheres com câncer de mama avançado HER2-positivo que não tinham recebido tratamento prévio com trastuzumabe ou quimioterapia após o diagnóstico da doença avançada. A amostra foi composta da seguinte forma: 472 pacientes receberam trastuzumabe, paclitaxel e everolimus e, 238 pacientes receberam o mesmo regime com placebo no lugar do everolimus. “A sobreviva livre de progressão não se alterou com o acréscimo do everolimus. Entretanto, houve um benefício significativo no subgrupo de pacientes com ausência da expressão de receptores hormonais, a sobrevida livre de progressão mediana foi de 23 e 14 meses (HR=0,61, IC 95% [0,42, 0,87]), respectivamente, para o grupo everolimus versus placebo”, explica Gimenes.
 
Segundo o oncologista, o estudo sinaliza para uma possibilidade terapêutica de explorar a reversão da resistência ao trastuzumabe, embora não tenha sido realizada uma análise de subgrupo considerando o status mutação de PI3K. “Infelizmente, no presente momento, o tratamento padrão para o tratamento de primeira linha do câncer de mama metastático HER2 é o duplo bloqueio do HER2 com trastuzumabe e pertuzumabe associados a taxamos, e a estratégia de associar o everolimus permanece ainda no campo investigacional”, afirma.
 
Apesar disso, Gimenes acredita que estes resultados abrem uma grande oportunidade. “Os resultados incentivam linhas de pesquisa direcionadas a considerar a pesquisa da mutação da PI3K da mesma forma que hoje rotineiramente pesquisa-se HER2, para auxiliar qual grupo de pacientes necessitarão do acréscimo do everolimus no tratamento do câncer de mama HER2”, finaliza.
 
O estudo foi financiado pela Novartis. Hurvitztem contrato de pesquisa com Novartis, Genentech e Roche.

Referência:
Número da publicação: S6-01
 
Phase 3, randomized, double-blind, placebo-controlled multicenter trial of daily everolimus plus weekly trastuzumab and paclitaxel as first-line therapy in women with HER2+ advanced breast cancer: BOLERO-1

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