Prêmio destaca anticorpo monoclonal para câncer de mama

Mama_RaioX_Ilustra.jpgA sexta edição do prêmio “Octavio Frias de Oliveira”, realizado pelo Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), reconheceu pesquisadores brasileiros em três diferentes categorias: Personalidade de Destaque, Pesquisa em Oncologia e Inovação Tecnológica em Oncologia. 

Na categoria Inovação Tecnológica em Oncologia, um grupo de pesquisadores da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), comprovou a ação de um anticorpo monoclonal para câncer de mama, o FabC4, com potencial para induzir um mecanismo capaz de frear a multiplicação das células tumorais.

O hematologista e professor Marco Antônio Zago, Reitor da Universidade de São Paulo, foi o vencedor na categoria Personalidade de Destaque, reconhecido por sua trajetória de fundamental importância para o desenvolvimento da ciência nacional na prevenção e combate ao câncer.

Na categoria Pesquisa em Oncologia, o A.C.Camargo Center foi destaque por seu estudo sobre mutação frequente em tumores de rim em crianças. O trabalho, coordenado pela especialista Dirce Maria Carraro, abre perspectivas de desenvolvimento de medicamentos mais eficazes e com menos efeitos colaterais que os atuais. 

Anticorpo monoclonal FabC4

O anticorpo se mostrou capaz de identificar uma proteína relacionada ao desenvolvimento do câncer de mama, a Citoqueratina 10, em testes feitos com amostras de tecidos tumoral de mulheres de São Paulo, onde contou com o apoio do A.C.Camargo Cancer Center, e de Minas Gerais.
 
Construído por engenharia genética, o FabC4 conseguiu identificar pacientes com tumor grau 3 e pacientes com câncer de mama triplo-negativo. “O mais importante é justamente esse comportamento do anticorpo no triplo-negativo. Essa é a grande inovação do nosso trabalho”, explica a coordenadora do estudo, Thaise Gonçalves de Araújo.
 
Segundo Thaise, as mulheres que foram positivas para o marcador apresentaram uma sobrevida global e sobrevida livre de doença maior pesquisa abre imensas perspectivas na compreensão desse tipo de tumor. “Essa descoberta pode abrir novas possibilidades, inclusive de tratamento. Se o nosso anticorpo, além de contribuir para entender a biologia tumoral, apresenta um papel funcional de indução de apoptose, de inibição de proliferação, ele abre um caminho terapêutico na atuação clínica”, afirmou.