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AtualizadoQua, 27 Mar 2024 5pm

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Daichii Sankyo

 

Implicações e desafios da pan-genômica

biopsia liquida 2019 bxImagine um teste de biópsia líquida capaz de rastrear indivíduos assintomáticos, para vários tipos de câncer. Em editorial, a edição de junho do Lancet Oncology destaca questionamentos e implicações éticas que cercam o desenvolvimento de um teste universal de biópsia líquida, em debate que ganha novo relevo depois da publicação dos estudos CCGA e DETECT-A.

O estudo do consórcio CCGA apresentou um teste capaz de detectar mais de 50 tipos de câncer com alta especificidade (> 99%) e sensibilidade que alcançou 92% na doença estádio IV. Já o estudo DETECT-A combinou a biópsia líquida com imagem PET de corpo inteiro e a especificidade chegou a 99%, com sensibilidade que variou de acordo com o tipo do tumor.

“Quando a tecnologia evolui, o preço se torna uma alavanca importante para avaliar a extensão em que pode ser adotada. Uma lição clara da pandemia do COVID-19 é que, mesmo em países de alta renda, os testes em massa podem agravar rapidamente as fragilidades existentes de financiamento nos sistemas de saúde”, argumenta o editorial.

Ao enfocar o custo e a sustentabilidade dessas inovações, a análise do Lancet Oncocoly desperta reflexões importantes sobre o ambiente de avanços científicos. “Quatro anos após o anúncio ambicioso da GRAIL, agora vemos um progresso científico encorajador. No entanto, várias de nossas perguntas anteriores permanecem sem resposta e, o que é mais importante, é se esses testes podem ser refinados a um custo-benefício adequado para uso em todo o mundo?”, afirmam os autores.

A GRAIL nasceu em 2016, apresentada como uma spinoff da Illumina, uma das maiores companhias de diagnóstico do mundo, e desde a criação anunciou sua missão com “a detecção precoce de câncer em indivíduos assintomáticos por meio de biópsia líquida".

Tudo indica que a GRAIL, tecnicamente, já se aproximou do objetivo proposto. No entanto, o avanço tecnológico não parece ter solucionado o cenário de incertezas. Imagine um indivíduo assintomático. Diante de um teste positivo, ele deve ser imediatamente tratado? Paradoxo ainda maior é quando se está diante de um teste positivo para um tumor sem opções de tratamento. A detecção precoce vale o sofrimento psicológico?

Enquanto a biópsia líquida e soluções de sequenciamento de DNA avançam, o caminho da viabilidade ainda parece desafiar a era da genômica.

Referência: The Lancet Oncology. (2020). Cancer detection: the quest for a single liquid biopsy for all. The Lancet Oncology, 21(6), 733. DOI:https://doi.org/10.1016/S1470-2045(20)30033-4

 

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