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AtualizadoQui, 28 Mar 2024 7pm

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Qualidade de vida no Linfoma de Hodgkin

Otavio Baiocchi ASH2018Análise do German Hodgkin Study Group baseada em dados de mais de 4 mil sobreviventes de linfoma de Hodgkin ressalta a alta necessidade médica não atendida em relação aos efeitos adversos psicossociais da experiência com o câncer. Em 5 anos, problemas cognitivos, funcionais e sociais foram severa e persistentemente afetados, descrevem os autores, em artigo no JCO. Otávio Baiocchi (foto), coordenador do grupo de Linfomas da UNIFESP, comenta o trabalho.

Diante da escassez de estudos longitudinais, aspectos importantes da qualidade de vida relacionada à saúde (QVRS) após o diagnóstico e tratamento do linfoma de Hodgkin (LH) ainda são desconhecidos. O objetivo do grupo alemão foi analisar diferentes domínios da QVRS em pacientes com LH em diferentes estágios, desde o diagnóstico até os 5 anos de sobrevida.

Foram incluídos pacientes de 18 a 60 anos, a partir da base do German Hodgkin Study Group, que participaram dos ensaios HD13, HD14 e HD15. Os pacientes inscritos preencheram o Questionário de Qualidade de Vida C30 da EORCT, a organização Europeia para Pesquisa e Tratamento do Câncer.

De ​​4.215 pacientes analisados, a maior carga tumoral ao diagnóstico foi associada a escores comprometidos em muitos domínios da QVRS. “Sobreviventes referiram problemas cognitivos, emocionais, funcionais e sociais. Fadiga, dispneia, alterações no sono e problemas financeiros foram severa e persistentemente afetados. A partir do ano 2, os desvios médios dos valores de referência variaram entre 12 e 29 pontos, sendo 10 pontos uma margem de relevância clínica comumente usada. Nos três estudos, os domínios da QVRS 2 e 5 anos após o tratamento foram significativamente influenciados pelos escores basais e idade, mas não pelo tipo de tratamento.

“Nossos resultados mostram uma quantidade alta e persistente de diferentes déficits de QVRS em sobreviventes de LH que são amplamente independentes das quimioterapias aplicadas. Nossa análise ressalta a alta necessidade médica não atendida desses jovens sobreviventes de LH em relação aos efeitos adversos psicossociais da experiência com o câncer”, concluem os autores.

Para Otávio Baiocchi, Professor adjunto da Disciplina de Hematologia e Hemoterapia da Escola Paulista de Medicina/UNIFESP e coordenador do grupo de Linfomas da UNIFESP, é fundamental incorporar um novo olhar sobre os sobreviventes de LH, envolvendo a visão de uma equipe multidisciplinar e preparada para lidar com essa população. “O Registro Brasileiro de Linfoma de Hodgkin, coordenado pela Professora Irene Biasoli, da UFRJ, com a participação de diversos pesquisadores brasileiros, tem como objetivo, dentre outros, abordar este assunto na nossa população de pacientes com LH”, sinaliza Baiocchi.

Referência: Kreissl, S., Müller, H., Goergen, H., Meissner, J., Topp, M., Sökler, M., … Borchmann, P. (2020). Health-Related Quality of Life in Patients With Hodgkin Lymphoma: A Longitudinal Analysis of the German Hodgkin Study Group. DOI: 10.1200/JCO.19.03160

 


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