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AtualizadoQui, 28 Mar 2024 2pm

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Avanços e promessas no mesotelioma pleural maligno

vladmir 2020 okHá uma forte necessidade não atendida de melhorar a terapia sistêmica no tratamento do mesotelioma. A edição de setembro do Lancet Oncology traz os resultados de estudo de Fase II que avaliou o anticorpo anti-PD-L1 durvalumabe durante e após quimioterapia de primeira linha com cisplatina e pemetrexede em pacientes com mesotelioma pleural maligno avançado. Nesta análise, a adição de durvalumabe mostrou atividade promissora e um perfil de segurança aceitável que justifica investigação em ensaio clínico de Fase III. O oncologista Vladmir Cordeiro de Lima (foto), do A.C.Camargo Cancer Center, comenta os resultados.

Neste estudo multicêntrico, de braço único, que contou com a participação de nove hospitais na Austrália, foram  considerados pacientes com mesotelioma pleural maligno (MPM) confirmado histologicamente e não elegíveis a tratamento cirúrgico, com bom status de desempenho (ECOG 0 ou 1) e doença mensurável (mRECIST), sem exposição prévia à terapia sistêmica. O desfecho primário foi sobrevida livre de progressão em 6 meses, na população com intenção de tratar. As análises de segurança incluíram todos os participantes que receberam pelo menos uma dose de qualquer medicamento do estudo.

Foram elegíveis 54 pacientes, acompanhados por uma mediana de 28,2 meses (IQR 26,5–30,2). A taxa de resposta objetiva por mRECIST foi de 48% (95%IC 36%-61%). Em 6 meses, 31 pacientes (57%) estavam vivos e sem progressão da doença, com uma sobrevida livre de progressão mediana foi de 6,9 meses. Em 24 meses, 37% dos pacientes estavam vivos e a sobrevida global mediana foi de 18,4meses.

Em relação à segurança, os eventos adversos de grau 3-4 mais comuns foram neutropenia (13%), náusea (11%) e anemia (7%). 15% dos pacientes tiveram eventos adversos imunorrelacionados G3-4.

“A combinação de durvalumabe, cisplatina e pemetrexede tem atividade promissora e um perfil de segurança aceitável que justifica uma investigação mais aprofundada em um ensaio clínico randomizado de Fase III”, concluem os autores.

O estudo é financiado pela AstraZeneca.

Novas perspectivas

Por Vladmir Cordeiro de Lima

O mesotelioma pleural maligno é uma doença rara (embora sua incidência ainda deva aumentar significativamente no Brasil até 2030), de difícil diagnóstico e virtualmente incurável para maioria dos pacientes. O tratamento padrão (cisplatina associada a pemetrexede) está associado com sobrevida global (SG) mediana em torno de 16 meses (EMPHACIS trial). A adição de bevacizumabe a este esquema prolonga esse tempo por mais 2 meses, atingindo uma mediana de 18 meses (MAPS trial).

Seguindo o que foi observado com o CPCNP, a adição de inibidores de checkpoints imunes à quimioterapia no tratamento do MPM, no estudo DREAM, resultou em elevada de taxa de resposta e de controle de doença em 6 meses, quando comparado à quimioterapia isolada, atingindo uma mediana de SG de 18 meses, também superior ao esperado com cisplatina e pemetrexede.

Tais resultados são reforçados pela apresentação recente do estudo Pre0505, na ASCO 2020, que mostrou uma SG mediana de 20,4 meses com a mesma combinação. Isso abre novas perspectivas para o tratamento dessa doença, principalmente se os dados forem comprovados no estudo de fase III (DREAM3R), em andamento, e resultar no aumento do número de pacientes com resposta sustentada a longo prazo.

A dúvida que persistirá é como essa combinação se sairia em comparação com a combinação de nivolumabe e ipilimumabe que, desde a apresentação do estudo CHECKMATE 743 no simpósio presidencial do WCLC 2020, passou a ser considerada o novo tratamento padrão, e se a adição de terapia antiangiogênica poderia incrementar ainda mais esses resultados (sendo testado no estudo BEAT-MESO). A despeito disso, finalmente, dreams are becoming true para os pacientes com MPM.

Referências:

Durvalumab with first-line chemotherapy in previously untreated malignant pleural mesothelioma (DREAM): a multicentre, single-arm, phase 2 trial with a safety run-in - Lancet Oncology, 21 (2020) 1213-1223. doi:10.1016/S1470-2045(20)30462-9 

Vogelzang NJ, Rusthoven JJ, Symanowski J, et al. J Clin Oncol. 2003;21(14):2636-2644. 

Zalcman G, Mazieres J, Margery J, et al. Lancet. 2016;387(10026):1405-1414. 

Forde PM, Sun X, Anagnostou V, et al. Journal of Clinical Oncology 38, no. 15_suppl (May 20, 2020) 9003-9003.

Bass P, Scherpereel A, Nowak a, et al. Presidential Symposium Abst. 3 WCLC 2020

 


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