Incidência de seminoma mais que dobrou na Holanda em 20 anos

TESTICULO NET OKA incidência mais que dobrou para seminomas e quase dobrou para não-seminomas entre 1989-1999 e 2010-2019 entre adolescentes e adultos jovens na Holanda. É o que aponta estudo de van der Meer et al. publicado na ESMO Open.

Tendências crescentes na incidência de câncer testicular foram relatadas nas últimas décadas entre vários países industrializados, em todo o mundo, tanto para seminomas quanto não-seminomas. Neste estudo, van der Meer e colegas mostram que os tumores testiculares de células germinativas representaram aproximadamente 95% de todos os cânceres testiculares na população avaliada e foram divididos quase igualmente entre seminomas e não-seminomas.

Nesta análise longitudinal (1989 – 2019), os pesquisadores também mostram que o uso de radioterapia em seminomas testiculares localizados diminuiu de 78% em 1989-1993 para 5% em 2015-2019. Por outro lado, a vigilância ativa experimentou aumento importante (>80%).

A sobrevida relativa dos pacientes com câncer testicular na Holanda, que já era alta, permaneceu bem acima de 90% em 20 anos de acompanhamento, revelando que a mortalidade por câncer testicular entre adolescentes e jovens adultos foi baixa e diminuiu desde 1989, de 0,5 para 0,4 por 100 000 pessoas-ano entre 1989-1999 e 2010-2019. Os dados

refletem avanços no diagnóstico precoce após uma maior consciencialização sobre a doença entre homens jovens e clínicos gerais. “Nossos dados indicam que a mudança em direção a cânceres testiculares localizados continuou, como é apoiado pelo declínio proporcional de seminomas e não seminomas com envolvimento de linfonodos regionais ou metástases à distância no momento do diagnóstico”, destaca a análise.

Os dados de todos os cânceres testiculares (código C62 da CID) foram extraídos do Registro de Câncer da Holanda. Os dados de mortalidade foram obtidos da Statistics Netherlands.

Em conclusão, a incidência de casos de câncer testicular seminoma e não-seminoma aumentou significativamente na Holanda entre 1989 e 2019. Houve uma mudança para regimes de tratamento menos agressivos, sem efeitos negativos na sobrevida. As estimativas de sobrevida relativa permaneceram bem acima de 90% em 20 anos de acompanhamento na maioria dos casos. A mortalidade por câncer testicular já era baixa, mas melhorou ainda mais ao longo do tempo.

Referência: Published:January 19, 2024. DOI:https://doi.org/10.1016/j.esmoop.2023.102231