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AtualizadoSex, 03 Maio 2024 6pm

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Disparidades étnicas nos padrões de câncer de mama no Brasil

Jessé Lopes da Silva (foto), oncologista do Instituto Nacional do Câncer (INCA), é primeiro autor de estudo que examinou resultados de registros populacionais para investigar as taxas de incidência e mortalidade por câncer de mama entre grupos raciais específicos no Brasil. Os resultados foram publicados no periódico Breast Cancer Research and Treatment, em artigo que tem a oncologista Andreia Melo como autora sênior.

No estudo, os pesquisadores avaliaram a incidência de câncer de mama entre 2010 e 2015 utilizando os Registros Brasileiros de Câncer de Base Populacional, incorporando razões brutas e variação percentual média anual (AAPC). Os dados clínicos e sociodemográficos de 2000 a 2019 foram obtidos dos Registros Hospitalares de Câncer, e os dados de mortalidade do período entre 2000 e 2020 foram coletados no Sistema Nacional de Informações sobre Mortalidade, comparando mulheres brancas e mulheres negras.

Resultados

Em 13 registros brasileiros, 70.896 novos casos de câncer de mama foram notificados entre 2010 e 2015. A taxa mediana de incidência de câncer de mama foi notavelmente maior para mulheres brancas (101,3 por 100.000) em comparação com mulheres negras (59,7 por 100.000). Na população geral, foi observada diminuição não significativa na incidência anual de câncer de mama (AAPC = − 1,2; p = 0,474).

As mulheres negras tinham maior probabilidade de viver em áreas subdesenvolvidas, ter níveis de escolaridade mais baixos, viver sem parceiro e ter maior consumo de álcool em comparação com as mulheres brancas. Uma proporção maior de mulheres negras recebeu diagnóstico em estágio avançado (60,1% versus 50,6%, p < 0,001).

A análise da mortalidade relacionada ao câncer de mama mostrou 271.002 mortes registradas, com aumento significativo nas taxas de mortalidade específicas da doença em ambos os grupos raciais. As mulheres negras apresentaram uma AAPC de 2,3% (p < 0,001), enquanto as mulheres brancas demonstraram uma AAPC moderadamente elevada de 0,6% (p < 0,001).

“Este estudo ressalta a necessidade de políticas direcionadas para abordar as disparidades no acesso à detecção precoce e ao tratamento adequado, especialmente para mulheres negras em regiões desfavorecidas, com o objetivo de melhorar as taxas de sobrevida de mulheres brasileiras com câncer de mama”, concluíram os autores.

Além de Silva e Melo, participaram os estudo os pesquisadores Lucas Zanetti de Albuquerque, Mariana Espírito Santo Rodrigues e Luiz Claudio Santos Thuler.

Referência: da Silva, J.L., de Albuquerque, L.Z., Rodrigues, M.E.S. et al. Ethnic disparities in breast cancer patterns in Brazil: examining findings from population-based registries. Breast Cancer Res Treat (2024). https://doi.org/10.1007/s10549-024-07314-w


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