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SAN ANTONIO 2020

Seleção de pacientes e terapia endócrina no câncer de mama

lucas vian bxUm escore de tratamento clínico após 5 anos (do inglês, clinical treatment score post 5 years - Cts5) testado em uma população brasileira se revelou uma ferramenta capaz de predizer a sobrevida global no câncer de mama inicial ER+/HER2-, bem como a resposta à terapia endócrina. Lucas Vian (foto), do AC Camargo Cancer Center, é primeiro autor do estudo que descreve a Cts5, aceito no programa científico do 2020 San Antonio Breast Cancer Symposium.

O câncer de mama (CM) é responsável por 30% dos casos de câncer na população feminina, é o câncer mais comumente diagnosticado em todo o mundo e a segunda maior causa de morte relacionada ao câncer entre mulheres. “A maioria (79%) dos casos expressa o receptor de estrogênio (ER +) e 91% deles são diagnosticados em estágio inicial. No entanto, a recorrência tardia (5 anos ou mais após o diagnóstico) representa cerca de 50% de todas as recorrências do câncer de mama ER+”, esclarecem os autores. “Selecionar os pacientes que realmente se beneficiam da terapia endócrina prolongada é fundamental, pois pouparia pacientes de baixo risco de efeitos colaterais e impactos potencialmente maiores na qualidade de vida, restringindo o tratamento apenas para aqueles que realmente poderiam se beneficiar dessa abordagem”, destacam.

Neste estudo de coorte retrospectivo, foram selecionados 1.085 pacientes com câncer de mama ER+ atendidos na instituição, com pelo menos 5 anos de TE adjuvante. Foram excluídos os pacientes que faltaram ao acompanhamento antes de completar o TE, embora tenham sido considerados na análise aqueles que apresentaram algum evento relacionado à doença ou ao tratamento. O objetivo foi avaliar o impacto prognóstico e preditivo do CTs5 na sobrevida global (SG) de pacientes com tratamento convencional ou TE prolongada. A análise estatística incluiu Kaplan-Meier e o teste Log Rank. Fatores prognósticos foram avaliados usando análise de Cox univariada e multivariada.

Resultados 

Nesta coorte, o CTs5 contínuo foi um preditor significativo para sobrevida global (HR = 4,49 [3,12-6,46], p <0,001). Além disso, no grupo CTSs alto, um benefício significativo foi observado com o prolongamento do TE adjuvante além de 5 anos (HR = 4,91 [3,41-7,06], p <0,001), não observado para riscos baixo e intermediário.

“Nesta coorte, composta por pacientes da vida real com câncer de mama ER + / HER2-, o CTs5 se mostrou excelente preditor de sobrevida, independentemente do status menopausal. Além disso, mostrou-se um preditor de resposta à TE prolongada. O escore CTs5 pode identificar um grupo de pacientes de alto risco que se beneficiam de TE prolongada”, destacam os autores.

“Foi um estudo com uma grande quantidade de pacientes que possibilitou, mais uma vez, ratificar que métodos que tendem a otimizar o conhecimento da evolução e prognóstico das pacientes com câncer de mama devem ser valorizados”, observa Vian. “Além disso, o trabalho sugere que do ponto de vista econômico, escores como o Cts5 podem ser de extrema importância, pois conseguem estimar pacientes com câncer de mama RH+ com maior risco de recidiva tardia e que potencialmente podem se beneficiar da extensão do tratamento adjuvante e de um seguimento particularizado. Dessa maneira, o estudo abre possibilidades para confirmações posteriores em estudos prospectivos”, conclui.

O trabalho contou com a participação dos oncologistas Solange Sanches e Ronaldo Souza, entre outros integrantes do corpo clínico da instituição.

Referência: PS6-25 - Cts5 tested in a Brazilian population: A tool that can predict global survival in early breast cancer ER+/HER2-, as well as the response to extended endocrine therapy - Lucas Vian et al.

 
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