02052024Qui
AtualizadoQui, 02 Maio 2024 4pm

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Daichii Sankyo

 

SAN ANTONIO 2023

Estudo não apoia ALND de rotina em linfonodos positivos adicionais pós-QT neoadjuvante

cicero urban 23Estudo destacado em General Session no SABCS 2023 comparou resultados oncológicos em pacientes tratados com e sem dissecção axilar (ALND) após a identificação de células tumorais isoladas residuais no linfonodo sentinela pós-quimioterapia (QT) neoadjuvante. O trabalho tem participação brasileira, dos mastologistas Cícero Urban, Daniel Barbalho, Flavia Vidal Cabero, Leonardo Soares e Natália Polidorio, com resultados que não apoiam a ALND de rotina nesses pacientes.

Em pacientes com micro e macrometástases no linfonodo sentinela (SLN) após quimioterapia neoadjuvante, linfonodos positivos adicionais são encontrados em >60% dos casos e a dissecção de linfonodos axilares (ALND) é atualmente considerada padrão de tratamento. A probabilidade de encontrar linfonodos positivos adicionais em pacientes com células tumorais isoladas residuais (ITCs) é desconhecida e o benefício da ALND não é claro. Como consequência, a cirurgia para o manejo da axila nesses pacientes não é padronizada.

Neste estudo, foram coletados dados em 42 centros: 20 nas redes Oncoplastic Breast Consortium (OPBC) e EUBREAST, e 22 em centros da América do Sul e Norte. A análise incluiu pacientes com câncer de mama não metastático submetidos à quimioterapia neoadjuvante seguida de cirurgia, nas quais foram identificadas ITCs no estadiamento cirúrgico axilar. Pacientes foram divididas em dois grupos: pacientes submetidas a ALND e pacientes com omissão da ALND. Os pesquisadores realizaram análise de risco concorrente para avaliar as taxas de incidência cumulativas de recorrência axilar (RA), recorrência locorregional (LRR) e recorrência a distância. Taxas de incidência cumulativa em cinco anos foram comparadas entre os grupos com significância estabelecida em p≤ 0.05.

Os resultados foram baseados em 412 pacientes inscritos tratados com quimioterapia neoadjuvante seguida de cirurgia, no período de janeiro de 2009 a maio de 2022.  Desse total, 146 (35,4%) tinham realizado ALND. A idade média dos pacientes foi de 48 anos. Os pesquisadores descrevem que a maioria (57%) dos pacientes tinha tumores clínicos T2 e 68% tinham doença N1 comprovada por biópsia. A maioria era HR+/HER2- (41%) ou HER2+ (39%).  Os pacientes foram tratados majoritariamente (80%) com regimes de quimioterapia com antraciclina e taxano. A RT nodal foi administrada a 83% dos pacientes. A mediana de SLNs com ITCs foi 1. Os pacientes tratados com ALND tiveram maior probabilidade de ter ITCs detectadas em corte congelado (61% v 6,7%, p<0,001), ter doença N2/3 na apresentação (15,1% v 5,6%, p=0,001) e ter LVI (40% v 26%, p=0,004) (veja tabela abaixo).

A análise mostra que não houve tendência significativa ao longo do tempo na proporção de pacientes submetidos à conclusão do ALND durante o período de estudo (p=0,5). No grupo ALND, foram encontrados linfonodos positivos adicionais em 43/146 (29,5%) dos casos, com macrometástases em 11/146 (7,5%), micrometástases em 9/146 (6,2%) e TIC em 23/146 (15,8%). As taxas de 5 anos de qualquer recorrência axilar, recorrência locorregional e qualquer recorrência invasiva em toda a coorte foram de 2,7% (IC 95% 1,2-5,4), 2,8% (IC 95% 1,2-5,4) e 16% (IC 95% 11-21), respectivamente. Não houve diferença estatística entre os pacientes que foram submetidos a ALND e aqueles que não fizeram ALND em nenhum dos 3 desfechos (2,2% v 3,1%, p = 0,6), (2,6% v 3,0%, p=0,4) e (14% v 18%, p=0,12), respectivamente.

“A probabilidade de encontrar linfonodos positivos adicionais em pacientes com ITCs após NAC são menores do que em pacientes com micro e macrometástases residuais e, na maioria dos casos, contêm ITCs. A recorrência nodal após a omissão da ALND é rara nesta população. No geral, estes resultados não apoiam ALND de rotina em pacientes com ITCs residuais.

Cícero Urban é mastologista do Centro de Doenças da Mama do Hospital Nossa Senhora das Graças, em Curitiba, Flavia Vidal Cabero é mastologista do Hospital Santa Paula, em São Paulo; Leonardo Soares é mastologista da Universidade Federal de Goiás e Natália Polidorio está atualmente no Memorial Sloan Kettering Cancer Center. 

 

Full cohort n = 412

SLNB/TAD only n = 266

SLNB/TAD + ALND n = 146

p-value

Age, median, years (IQR)

48 (41,57)

48 (40, 57)

49 (43, 58)

0.2

Race/ethnicity

     

> 0.9

Asian

31 (7.5)

19 (7.1)

12 (8.2)

Black

17 (4.1)

12 (4.5)

5 (3.4)

Hispanic

19 (4.6)

12 (4.5)

7 (4.8)

White

338 (82)

219 (82)

119 (82)

Other/unknown

7 (1.7)

4 (1.5)

3 (2.1)

Clinicai T category

     

0.086

1

75 (18)

51 (19)

24 (16)

2

234 (57)

143 (54)

91 (62)

3

90 (22)

66 (25)

24 (16)

4

12 (2.9)

6 (2.3)

6 (4.1)

X

1(0.2)

0 (0)

1(0.7)

Clinical N category

     

0.001

0

96 (23)

73 (27)

23 (16)

1

279 (68)

178 (67)

101 (69)

2

31 (7.5)

12 (4.5)

19 (13)

3

6 (1.5)

3 (1.1)

3 (2.1)

Staging technique

     

0.3

SLNB

286 (69)

180 (68)

106 (73)

TAD

126 (31)

86 (32)

40 (27)

Number of SLNs removed, median (IQR)

3 (2, 4)

3 (2, 4.75)

3 (1, 4)

<0.001

ITCs detected on frozen section

     

<0.001

Yes

100 (26)

17 (6.7)

83 (61)

No

292 (74)

238 (93.3)

54 (39)

Not performed/unknown

20

11

9

Number of SLNs with ITCs, median (IQR)

1(1, 1)

1(1, 1)

1(1, 1)

0.5

Total number of LNs removed, median (IQR)

6 (4,12)

4 (3, 5)

14 (11, 19)

<0.001

Total number of positive LNs, median (IQR)

1(1, 2)

1(1, 1)

1(1, 2)

<0.001

Breast pCR (ypTO/is)

     

0.9

Yes

119 (29)

76 (29)

43 (29)

No

293 (71)

190 (71)

103 (71)

NAC regimens HER2- tumors'

     

0.4

ACT

208 (83)

137 (84)

71 (81)

ACT + Platinum

17 (6.7)

8 (4.9)

9 (10)

AC-T + Platinum with Pembrolizumab

7 (2.8)

4 (2.4)

3 (3.4)

AC free regimen

7 (2.8)

6 (3.7)

1(1.1)

Other

13 (5.2)

9 (5.5)

4 (4.5)

NAC regimens HER2+ tumors

     

0.2

ACT-H

43 (27)

25 (25)

18 (31)

ACT-HP

54 (34)

36 (35)

18 (31)

TC-HP

31 (19)

24 (24)

7 (12)

Other

32 (20)

17 (17)

15 (26)

Histology

     

0.066

Ductal

365 (89)

232 (88)

133 (92)

Lobular or mixed

38 (9.3)

30 (11)

8 (5.5)

Other

7 (1.7)

3 (1.1)

4 (2.8)

Unknown

2

1

1

Tumor differentiation

     

0.2

Well

25 (6.6)

20 (8)

5 (4)

Moderately

137 (36)

95 (38)

42 (33)

Poorly

215 (57)

136 (54)

79 (63)

Unknown

35

15

20

Subtype

     

06

HR+/ HER2-

169 (41)

107 (40)

62 (42)

HR+/ HER2+

116 (28)

71 (27)

45 (31)

HR-/HER2+

44 (11)

31 (12)

13 (8.9)

HR-/HER2-

83 (20)

57 (21)

26 (18)

LVI#
Yes

127 (31)

69 (26)

58 (40)

0.004

Type of breast surgery

     

0.5

BCS

175 (42)

116 (44)

59 (40)

Mastectomy

237 (58)

150 (56)

87 (60)

Whole breast radiotherapy

     

0.3

Yes
No                                                ..

171 (98)
4 (2)

112 (97)
4 (3)

59 (100)
0 (0)

Postmastectomy radiotherapy

     

0.056

Yes

203 (86)

123 (83)

80 (92)

No

32 (14)

25 (17)

7 (8)

Unknown

2

2

0

Nodal radiotherapy

     

0.3

Yes

338 (83)

214 (81)

124 (86)

No

70 (17)

49 (19)

21 (14)

Unknown

4

3

1

 

Referência: GS02-02 Are nodal ITCs after neoadjuvant chemotherapy an indication for axillary dissection? The OPBC05/EUBREAST-14R/ICARO study. Giacomo Montagna et al.

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