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ASCO GI 2024

Uso de anti-hipertensivo, diarreia grave e/ou enterocolite induzida por CAPOX no câncer colorretal

adriano teixeiraO oncologista Adriano Fernandes Teixeira (foto) é primeiro autor de estudo multicêntrico selecionado para apresentação em pôster no ASCO GI 2024 que avaliou a relação entre o uso de bloqueadores dos receptores da angiotensina (BRA) com o aumento do risco de diarreia grave e/ou enterocolite em pacientes com câncer colorretal tratados com CAPOX. A oncologista Rachel Riechelmann é autora sênior do trabalho.

“Embora pacientes com câncer colorretal tratados com CAPOX (capecitabina e oxaliplatina) possam apresentar diarreia grave, os fatores de risco para esta toxicidade permanecem indeterminados. Estudo prévio do A.C.Camargo havia sugerido que o uso de anti-hipertensívos da classe de bloqueadores de receptor de angiotensina estava associado a diarreia e/ou enterocolite grave”, contextualizaram os autores.

Essa coorte retrospectiva multicêntrica incluiu pacientes com câncer colorretal que receberam ≥ 1 ciclo de CAPOX. O endpoint primário foi diarreia e/ou enterocolite grau (G) ≥ 3, conforme descrito pelos Common Terminology Criteria for Adverse Events versão 5.0 (CTCAE v5.0). Os dados clínicos foram recuperados de prontuários médicos.

A regressão logística não ajustada foi usada para avaliar fatores de risco para diarreia/enterocolite ≥ G3 (uso de BRAs ou inibidores da enzima conversora de angiotensina [IECA], idade, ECOG, Índice de Comorbidade de Charlson ajustado por idade [A-CCI], lateralidade, presença de ileostomia, intenção de tratamento [curativo vs paliativo], uso de inibidores da bomba de prótons ou antiácido e centro de tratamento). Foi realizada análise multivariável com variáveis com P < 0,05 consideradas significativas.

Resultados

Entre abril de 2010 e dezembro de 2023 foram incluídos 348 pacientes: 175 (50,3%) eram do sexo feminino, a mediana de idade foi 61 anos (28 - 87), 259 (74,4%) apresentavam doença estágio III e 76 pacientes (21,9%) eram estágio IV. 58 pacientes (16%) apresentaram G3 ≥ diarreia/enterocolite, principalmente antes do 3º ciclo.

Após regressão logística univariada, idade ≥ 65 anos (odds ratio [OR] 3,18; P < 0,0001; 95% CI, 1,78 a 5,68); tumores do lado direito (OR 1,73; P = 0,075; 95% CI, 0,95 a 3,17); uso de BRAs ou IECA (OR 1,57; P=0,127; 95% CI, 0,88 a 2,79); e A-CCI (OR 1,12; P = 0,042; 95% CI, 1,004 a 1,23) foram associados a diarreia/enterocolite ≥ G3.

Na análise multivariada, idade ≥ 65 anos foi significativa (OR 3,13; P = 0,001; 95% CI, 1,58 a 6,20), mas o uso de BRA ou IECA não foi significativo (OR 1,16; P = 0,635; IC 95%, 0,62 para 2.13). Cinco dos 9 pacientes que usaram olmesartana tiveram diarreia/enterocolite ≥ G3.

“Entre os pacientes tratados com CAPOX, idade igual ou superior a 65 anos, foi um fator de risco independente para diarreia/enterocolite ≥ G3. O uso de BRA ou iECA não foi fator de risco independente para diarreia/ enterocolite ≥3 nesta coorte. O uso de olmesartana concomitante a CAPOX deve ser realizado com cautela”, concluíram os autores.

Referência: Angiotensin receptor blockers and severe diarrhea and/or enterocolitis induced by CAPOX in patients with colorectal cancer: A multicentric cohort. J Clin Oncol 42, 2024 (suppl 3; abstr 88). DOI 10.1200/JCO.2024.42.3_suppl.88

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