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AtualizadoQui, 09 Maio 2024 3pm

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Estudo mostra disparidades na sobrevida ao câncer em 32 países

adalberto miranda bxEstudo que comparou a sobrevida ao câncer em 32 países na África, Ásia, América do Sul e Central reportou resultados no Lancet Oncology, revelando profundas disparidades associadas à disponibilidade e eficiência dos serviços de saúde, de acordo com o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Adalberto Miranda-Filho (foto), pesquisador da IARC (International Agency for Research on Cancer) e coautor do estudo, comenta os principais achados.

Neste estudo internacional (SURVCAN-3), registros de câncer de base populacional de quatro continentes (África, Ásia, América Central e do Sul) foram convidados a participar, com o objetivo de comparar estimativas de sobrevida ao câncer a partir de diferentes dados do paciente (sexo, idade no momento do diagnóstico, data do diagnóstico, morfologia e topografia, estágio, estado vital e data da morte ou último contato). Foram incluídos pacientes diagnosticados entre 1º de janeiro de 2008 e 31 de dezembro de 2012, acompanhados por pelo menos 2 anos (até 31 de dezembro de 2014). O principal endpoint foi a sobrevida líquida padronizada por idade (sobrevida em que o câncer foi a única causa possível de morte), estimada para 15 dos principais tipos de câncer em 1 ano, 3 anos e 5 anos após o diagnóstico. Os dados foram estratificados por país e continente, de acordo com 4 diferentes níveis do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH baixo, médio, alto e muito alto).

Os resultados mostram 1 400 435 casos de câncer incluídos, a partir de 68 registros de base populacional, em 32 países.  Os autores descrevem que a sobrevida líquida variou substancialmente entre os países e regiões do mundo, crescendo de forma constante de acordo com o aumento dos níveis de IDH. No câncer de próstata, por exemplo, em países com IDH mais baixo (por exemplo, Costa do Marfim) a sobrevida líquida máxima em 3 anos foi de 54,6%, enquanto naqueles dentro das categorias de IDH mais alto (por exemplo, Israel) a sobrevida líquida máxima alcançou 96,8%.

Os autores identificaram três grupos distintos de sobrevida líquida (baixa, intermediária e alta), com estimativas que variaram por país, IDH e tipo de câncer.  Entre os tipos de câncer com mediana de sobrevida líquida baixa em 3 anos (<30%) com pequenas diferenças por categoria de IDH estão, por exemplo, pulmão e estômago, enquanto entre os tipos de câncer com sobrevida líquida intermediária em 3 anos (30-79%) aparecem, por exemplo, colo do útero e colorretal, com diferença moderada por IDH. Os tumores de mama e próstata aparecem entre os cânceres com mediana de sobrevida líquida alta em 3 anos (≥80%) e grande diferença por IDH.

“As disparidades na sobrevida ao câncer foram associadas ao grau de desenvolvimento do país e à disponibilidade e eficiência dos serviços de saúde”, concluem os autores. “Esses achados podem informar os formuladores de políticas sobre as prioridades no controle do câncer para reduzir desigualdades nos desfechos clínicos”, analisam.

Miranda-Filho, da IARC, destaca que desde 1995, o projeto SURVCAN expandiu a capacidade de gerar e analisar estimativas de sobrevivência ao câncer. “Para melhorar a precisão do estudo, foi realizado o acompanhamento ativo dos casos, em colaboração com alguns registros. No entanto, o método de seguimento não se mostrou associado com a sobrevida relativa", diz

Este estudo (SURVCAN-3) tem apoio do Tata Memorial Hospital, da Martin-Luther-University Halle-Wittenberg e da Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer - IARC.

Referência: Cancer survival in Africa, central and south America, and Asia (SURVCAN-3): a population-based benchmarking study in 32 countries - Published:January, 2023 DOI:https://doi.org/10.1016/S1470-2045(22)00704-5 


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