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AtualizadoQui, 09 Maio 2024 3pm

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Daichii Sankyo

 

Axitinibe e avelumabe no carcinoma adenóide cístico

renata ferrarotto.jpg.resizeDados de eficácia e segurança do inibidor de VEGFR axitinibe combinado ao inibidor de PD-L1 avelumabe em pacientes com carcinoma adenoide cístico recorrente/metastático (ACC R/M) sugerem que a combinação representa nova opção de tratamento para esta forma de câncer de glândula salivar, caracterizada por crescimento lento, invasão difusa e alto potencial para progressão precoce. Os resultados estão em artigo publicado online no Journal of Clinical Oncology (JCO), que tem como primeira autora a brasileira Renata Ferrarotto (foto), Professora Associada e Diretora de Pesquisa Clínica em Cabeça e Pescoço do MD Anderson Cancer Center.

Neste ensaio de Fase II foram elegíveis pacientes com ACC R/M com progressão até 6 meses antes da inscrição. O tratamento consistiu em axitinibe (5 mg VO duas vezes ao dia) e avelumabe (10 mg/kg IV a cada duas semanas). O endpoint primário foi a taxa de resposta objetiva (ORR) por RECIST 1.1; endpoints secundários incluíram sobrevida livre de progressão (SLP), sobrevida global (SG) e perfil de toxicidade. O protocolo testou a hipótese nula de ORR ≤5% versus ORR ≥20% em 6 meses; ≥4 respostas em 29 pacientes rejeitariam a hipótese nula.

Entre julho de 2019 a junho de 2021, 40 pacientes foram inscritos e 28 foram considerados na análise de eficácia (seis por falhas de triagem; seis avaliáveis apenas para segurança em razão da pandemia de Covid-19). Os autores relatam que a ORR confirmada foi de 18% (95% CI, 6,1 a 36,9), com uma resposta parcial não confirmada.

Dois pacientes alcançaram resposta parcial após 6 meses, mostrando que a ORR em 6 meses foi de 14%. Em um seguimento mediano de 22 meses (95% CI, 16,6 a 39,1 meses), a SLP mediana foi de 7,3 meses (95% CI, 3,7 a 11,2 meses), a taxa de SLP em 6 meses foi de 57% (95% CI, 41 a 78) e a SG mediana foi de 16,6 meses (95% CI, 12,4 a não alcançado meses).

Em relação ao perfil de segurança, os eventos adversos mais frequentes relacionados ao tratamento (TRAEs) incluíram fadiga (62%), hipertensão (32%) e diarreia (32%). Dez (29%) pacientes tiveram TRAEs graves, todos de grau 3; quatro pacientes (12%) descontinuaram o tratamento com avelumabe e nove pacientes (26%) foram submetidos à redução da dose de axitinibe.

“O estudo atingiu seu endpoint primário com ≥4 respostas em 28 pacientes avaliáveis (ORR confirmada de 18%)”, destacam os autores.

Em síntese, axitinibe mais avelumabe demonstrou atividade clínica em pacientes com ACC R/M sem tratamento prévio com VEGFR ou inibidores de PD-L1/PD-1. A combinação oferece nova opção de tratamento para esta forma de câncer de glândula salivar, que demonstra um padrão biológico incomum de crescimento lento, mas apresentação precoce com metástase. O perfil de toxicidade da combinação foi semelhante ao relatado com axitinibe como agente único nesse cenário de tratamento. 

Clinical Trial Information: NCT03990571

Referência:  Ferrarotto R, Sousa LG, Feng L, Mott F, Blumenschein G, Altan M, Bell D, Bonini F, Li K, Marques-Piubelli ML, Dal Lago EA, Johnson JJ, Mitani Y, Godoy M, Lee A, Kupferman M, Hanna E, Glisson BS, Elamin Y, El-Naggar A. Phase II Clinical Trial of Axitinib and Avelumab in Patients With Recurrent/Metastatic Adenoid Cystic Carcinoma. J Clin Oncol. 2023 Mar 10:JCO2202221. doi: 10.1200/JCO.22.02221. Epub ahead of print. PMID: 36898078.


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