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AtualizadoTer, 30 Abr 2024 10pm

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Daichii Sankyo

 

Estudo sugere eficácia superior de osimertinibe em metástases leptomeníngeas do CPCNP

carla rameriOsimertinibe pode ser mais eficaz para pacientes com metástases leptomeníngeas (LM) com mutação no receptor do fator de crescimento epidérmico (EGFR), especialmente aqueles com deleção do exon 19, em comparação com os inibidores de tirosina quinase (TKIs) de primeira geração. É o que apontam resultados de Tamura et al. publicados no ESMO Open. “Esse é um dado importante que vem somar ao conhecimento adquirido sobre o papel e efetividade de osimertinibe no controle da doença em sistema nervoso central”, avalia a oncologista Carla Rameri de Azevedo (foto), médica do Oncologia D´Or - Recife.

As metástases leptomeníngeas são complicações do câncer de pulmão de células não pequenas (CPCNP) com mutação EGFR. Neste estudo, os pesquisadores buscaram comparar osimertinibe, um EGFR-TKI de terceira geração, com os EGFR-TKIs de primeira geração. Afinal, qual agente consegue ter melhor penetração no sistema nervoso central?

Foram revisados retrospectivamente pacientes tratados com EGFR-TKIs para CPCNP com mutação de EGFR entre julho de 2002 e julho de 2021 no National Cancer Center Hospital, em Tóquio.  Os pacientes foram divididos em dois grupos: pacientes tratados com osimertinibe (grupo Osi) e aqueles tratados com gefitinibe ou erlotinibe  (grupo TKI de primeira geração (1G).

Os resultados mostram que dos 967 pacientes, 71 tinham LM com mutação EGFR não tratadas e foram elegíveis, incluindo 29 no grupo Osi e 42 no grupo 1G-TKI. A mediana de sobrevida livre de progressão (SLP) e a mediana de sobrevida global (SG) no grupo Osi foram melhores do que no grupo 1G-TKI (SLP: 16,9 meses versus 8,6 meses, P = 0,007 e SG: 26,6 meses versus 20,0 meses, P = 0,158). A taxa de resposta global em LM (ORR) e LM-SLP foram significativamente melhores no grupo Osi do que no grupo 1G-TKI (LM-ORR: 62,5% versus 25,7%, P = 0,007; LM-SLP: 23,4 meses versus 12,1 meses, P = 0,021).

Na análise de subgrupo do status da mutação EGFR, a SLP-LM para pacientes com deleção do exon 19 foi significativamente mais longa no grupo Osi do que no grupo 1G-TKI (32,7 meses versus 13,4 meses, P = 0,013), enquanto entre aqueles com mutação L858R no exon 21 não foi observada diferença entre os dois grupos. Na análise multivariada, os autores descrevem que osimertinibe e deleção do exon 19 foram fatores significativos para melhor SLP-LM e sobrevida global nessa população de pacientes.

“Osimertinibe pode ser mais eficaz para pacientes com LM com mutação no EGFR comum não tratados, especialmente aqueles com deleção do exon 19, em comparação com os TKIs de primeira geração”, destacam os autores.

Segundo Carla, osimertinibe já havia demonstrado uma maior penetração do sistema nervoso central em comparação com o TKI de primeira geração. “Nós já tínhamos um conhecimento nesse sentido. Embora retrospectivos, esses dados vêm somar, reforçar que osimertinibe é superior aos TKIs de primeira geração também para os pacientes com carcinomatose meníngea. Isso é especialmente importante porque no FLAURA a proporção de pacientes com carcinomatose meníngea era muito pequena, nesse estudo a população foi mais representativa”, afirma.

A oncologista esclarece que por ser uma apresentação mais rara da doença, os estudos são menores, são estudos retrospectivos ou pequenas coortes institucionais, que já vinham mostrando o benefício de osimertinibe nessa população, na maioria das vezes pós-progressão a um TKI prévio, e algumas vezes com uma dose dobrada de osimertinibe. “Nesse estudo, como os pacientes foram analisados já na apresentação inicial, a gente infere que foi utilizada a dose habitual de 80mg, e mesmo assim foi melhor do que o TKI de primeira geração, consolidando o benefício de osimertinibe na população com mutações comuns”, diz.

“Embora seja um estudo retrospectivo numa população predominantemente japonesa, o resultado do estudo consolida o uso de osimertinibe em primeira linha, inclusive em pacientes com carcinomatose meníngea, especialmente aqueles com deleção no exon19, mas de modo geral em pacientes com mutações comuns”, conclui.

A íntegra do estudo está disponível em acesso aberto.

Referência: Comparison of clinical outcomes of osimertinib and first-generation EGFR-tyrosine kinase inhibitors (TKIs) in TKI-untreated EGFR-mutated non-small-cell lung cancer with leptomeningeal metástases - K. Tamura, T. Yoshida, K. Masuda, H. Horinouchi, N. Yamamoto, Y. Ohe. Published: July 28, 2023 DOI:https://doi.org/10.1016/j.esmoop.2023.101594


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