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AtualizadoSeg, 13 Maio 2024 9pm

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Daichii Sankyo

 

Testes genéticos e uso personalizado de imatinibe adjuvante na saúde brasileira

bruna davidEstudo de Bruna David (foto) e colegas publicado no JCO Global Oncology traz a perspectiva brasileira de uma análise de avaliação de custos de testes genéticos para o uso personalizado de imatinibe adjuvante em pacientes com tumores estromais gastrointestinais (GISTs) ressecados de alto risco. Os resultados mostram que o uso adjuvante molecularmente adaptado de imatinibe reduz os custos para os sistemas de saúde público e privado brasileiros.

Na prática clínica diária, o tratamento padrão-ouro para GIST de alto risco ressecado cirurgicamente é pelo menos 3 anos de imatinibe adjuvante com base nos dados do ensaio de fase 3 randomizado do Scandinavian Sarcoma Group, que demonstrou melhora significativa na sobrevida livre de doença (SLD) e na sobrevida global (SG) quando comparado com 1 ano de tratamento. No entanto, sabe-se que a heterogeneidade molecular dos GISTs confere padrões variáveis de resposta a imatinibe. Apesar disso, o teste genético não é uma rotina no momento do diagnóstico e o uso adjuvante empírico de imatinibe continua a ser a regra.

Nesta análise, David e colegas buscam determinar se em vez do imatinibe empírico adjuvante em pacientes com GIST ressecado de alto risco, o teste genético direcionado pode reduzir os custos como ferramenta auxiliar para um cenário de recursos limitados.

A análise de avaliação de custos dos testes moleculares para GIST foi baseada no Custo de Prevenção de um Evento (COPE), considerando o Número Necessário para Tratar e os custos de cada teste comparados com o custo do tratamento adjuvante empírico de 3 anos de imatinibe e os custos reais do tratamento (número mediano de ciclos) na perspectiva do Sistema Único de Saúde e do sistema privado de saúde. A análise comparou os custos dos testes moleculares (sequenciamento amplo de próxima geração [NGS], ensaio GS Infinity DNA/RNA e NGS direcionado: GS Focus GIST e painel de sequenciamento de DNA de tumor Fleury GIST), custos de aquisição de medicamentos, considerando descontos (mesilato de imatinibe e Glivec®) e os custos dos cuidados de suporte.

Os resultados relatados no JCO Global Oncology mostram que em ambos os cenários, público e privado, independentemente do uso de imatinibe ou Glivec®, a adequação do tratamento adjuvante reduziu custos, independentemente do número de ciclos. A única exceção foi a combinação do teste NGS amplo e do imatinibe no Sistema Único de Saúde.

“O uso adjuvante molecularmente adaptado de imatinibe reduziu custos para os sistemas de saúde público e privado brasileiros, considerando o COPE dos testes NGS disponíveis”, concluem os autores.

Ao lado do aspecto econômico, a oncologista Bruna Bianca Lopes David destaca outra contribuição ainda mais relevante.  “A maior contribuição do estudo recai no fato de poupar pacientes selecionados de tratamentos desnecessários e, consequentemente, resguardar recursos, que podem ser investidos de maneira direcionada. A realização sistemática do teste também permitiria a confecção de biobanco, gerando dados importantes em um cenário de doença rara na população brasileira”, diz

O estudo contou ainda com a participação dos oncologistas Pedro Nazareth Aguiar Junior, Matheus Costa e Silva, Rodrigo Dienstmann, Carlos Gil Ferreira e César Serrano.

Referência: DOI: 10.1200/GO.23.00070 JCO Global Oncology no. 9 (2023) e2300070. Published online October 19, 2023.

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