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AtualizadoQua, 01 Maio 2024 11pm

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Gastos do câncer colorretal atribuíveis ao consumo de carne vermelha e processada no Brasil

eduarda leandro 2023Aproximadamente US$ 20,6 milhões (8,4%) dos gastos diretos de saúde com o câncer colorretal em 2018 no Sistema Único de Saúde (SUS) foram atribuíveis ao consumo de carne vermelha e processada. É o que aponta estudo publicado na BMC Health Services Research. O epidemiologista Leandro Rezende, da EPM-Unifesp, é autor sênior do trabalho, que tem a nutricionista Maria Eduarda Diogenes, do INCA, como autora correspondente. Evidências convincentes apoiam a associação entre o consumo de carne vermelha e processada e o aumento do risco de câncer colorretal. Nesse estudo, os pesquisadores estimaram os gastos federais com câncer colorretal no SUS que são atribuíveis ao consumo de carne vermelha e processada, determinando gastos atuais (2018) e futuros (2030). Considerando a redução do consumo de carne vermelha e processada, os autores também projetaram gastos atribuíveis ao câncer colorretal em 2040.

Foram coletadas informações sobre o consumo de carne vermelha e processada de dois inquéritos alimentares representativos em nível nacional, as Pesquisas de Orçamento Familiar 2008–2009 e 2017–2018; além de riscos relativos para câncer colorretal de uma meta-análise; e gastos diretos de saúde de procedimentos hospitalares e ambulatoriais em adultos ≥ 30 anos com câncer colorretal (C18-C20) de 2008–2019 por sexo.

Resultados

Os gastos atribuíveis ao câncer colorretal foram calculados através de avaliação comparativa de risco, assumindo uma temporalidade de 10 anos entre a exposição ao consumo de carne vermelha e processada e a incidência de câncer. Os resultados indicam que 8,4% ou US$ 20,6 milhões em gastos diretos de saúde relacionados ao câncer colorretal em 2018 foram atribuíveis ao consumo de carne vermelha e processada. Em 2030, os gastos diretos de saúde relacionados com o câncer colorretal devem aumentar para 19,3% ou 86,6 milhões de dólares. Cenários contrafactuais de redução do consumo de carne vermelha e processada sugerem que podem ser poupados 2,2 a 11,9 milhões de dólares em 2030, e 13,7 a 74,4 milhões de dólares em 2040.

“O consumo de carne vermelha e processada tem um impacto econômico crescente no Sistema Único de Saúde brasileiro. Nossas descobertas podem ajudar a apoiar políticas públicas para reduzir o consumo de carne vermelha e processada como estratégia de prevenção do câncer no Brasil. Considerando os recursos limitados e finitos disponíveis para os sistemas de saúde, é urgente dar prioridade às ações de prevenção primária, especialmente no contexto dos custos exponenciais do tratamento do câncer”, concluíram os autores.

O trabalho contou com a participação dos pesquisadores Thainá Alves Malhão, Arthur Orlando Correa Schilithz, Ronaldo Corrêa Ferreira da Silva, Luciana Grucci Maya Moreira e Paula Aballo Nunes Machado, da Coordenação de Prevenção e Vigilância do Instituto Nacional do Câncer (INCA); Rafael da Silva Barbosa, do Programa de Pós-Graduação em Política Social da Universidade Federal do Espírito Santo; e Gerson Ferrari, da Escuela de Ciencias de La Actividad Física, El Deport y La Salud, Universidad de Santiago de Chile.

Referência:
Rezende, L.F.M., Malhão, T.A., da Silva Barbosa, R. et al. The current and future costs of colorectal cancer attributable to red and processed meat consumption in Brazil. BMC Health Serv Res 23, 1182 (2023). https://doi.org/10.1186/s12913-023-10169-4

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