Onconews - A fisioterapia na oncologia e o valor da evidência

Em oncologia, a utilização da fisioterapia baseada em evidência é fundamental para que ocorra um processo contínuo e constante de aprendizado baseado na coleta de informações, no diagnóstico, prognóstico, conduta terapêutica e custo-benefício de uma terapêutica. Em artigo exclusivo, que inaugura um espaço no Onconews para discussão de temas que compõem a atuação multiprofissional em oncologia, a especialista em Fisioterapia Oncológica e Hospitalar Jaqueline Munaretto Timm Baiocchi, comenta a importância da formação de um corpo científico de conhecimento, ainda escasso na literatura, para sustentar a prática baseada em evidências.

{jathumbnail off}Em oncologia, a utilização da fisioterapia baseada em evidência é fundamental para que ocorra um processo contínuo e constante de aprendizado baseado na coleta de informações, no diagnóstico, prognóstico, conduta terapêutica e custo-benefício de uma terapêutica. A fisioterapia, ao contrário da medicina, ainda não tem pesquisas suficientes para formar um corpo científico de conhecimento necessário para sustentar a prática baseada em evidências, principalmente estudos com evidências nível I. Portanto, o desenvolvimento de pesquisas na Fisioterapia ainda é fundamental.

Durante muitos anos, as condutas fisioterapêuticas foram baseadas em protocolos prontos de livros importados ou baseadas em ‘achismo’, onde a metodologia empregada provinha da experiência pessoal dos profissionais e tinha frágil fundamentação científica. Felizmente, essa tendência sofreu grandes mudanças. Hoje a prática fisioterapêutica baseada em evidências é uma realidade e ganha cada vez mais adeptos. Tornou-se rotina o fisioterapeuta fundamentar sua intervenção em pesquisas ou em revisões sistemáticas.
 
Os níveis de evidência são hoje utilizados como um norteador para classificar a qualidade dos estudos realizados na área da saúde. Encontram-se no nível mais alto as revisões sistemáticas e as metanálises e, na sequência, os estudos clínicos randomizados, de coortes, de casos-controle, estudos de caso e séries de casos; seguem-se a opinião de especialistas, os estudos com animais e as pesquisas in vitro.
 
Mudanças em condutas já estabelecidas e novas condutas a serem incorporadas só devem ocorrer após comprovação em estudos clínicos prospectivos, controlados, com comparação direta das opções a serem estudadas e rígida avaliação estatística dos resultados.
 
O fisioterapeuta precisa lastrear-se para ponderar as evidências que vier a encontrar hoje na literatura.Diante dessa afirmação, propomos esse novo espaço aqui no Onconews. Um espaço para discussão de temas que compõem a atuação multiprofissional em oncologia e convida a reunir diferentes olhares envolvidos nos cuidados do paciente de câncer.
 
Autor(a):

Jaqueline_NET_OK.jpgJaqueline Munaretto Timm Baiocchi - Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. -
mestranda em Oncologia pelo AC Camargo Cancer Center, especialista em Fisioterapia Onco-funcional pela ABFO-COFFITO e Fisioterapia Oncológica e Hospitalar pelo A.C Camargo Cancer Center. É coordenadora científica e de cursos do portal Oncofisio.

 

 


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