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André Mattar (foto) é o primeiro autor de estudo que traz insights importantes sobre o tratamento do câncer de mama triplo negativo no sistema público de saúde do Brasil. Os resultados relatados no JCO Global Oncology  mostram que a sobrevida global foi maior em pacientes negros e que tanto a resposta patológica completa quanto a terapia adjuvante melhoraram a sobrevida no período analisado (2010 a 2019). Estágios avançados foram significativamente associados com o aumento dos custos do tratamento.

Dados fornecidos pelo Consórcio HEADSpAcE ajudam a entender fatores associados aos sistemas de saúde que podem explicar o diagnóstico tardio de pacientes com câncer de cabeça e pescoço. O trabalho multicêntrico tem participação brasileira, dos pesquisadores Lídia Maria Rebolho Arantes, do Hospital de Câncer de Barretos; José Carlos de Oliveira, do Hospital Araujo Jorge e do Registro de Câncer de Goiânia; Luís Felipe Ribeiro Pinto, do INCA e do Ministério da Saúde; Maria Paula Curado, do AC Camargo Câncer Center; José Roberto de Podesta e Ricardo Mai Rocha, da Associação Feminina de Educação e Combate ao Câncer de Vitória e Sandra Ventorin von Zeidler, do Departamento de Patologia da Universidade Federal do Espírito Santo.

Após a nefroureterectomia radical para carcinoma urotelial do trato superior, o prognóstico é ruim para pacientes de alto risco. Embora não tenha atingido o desfecho primário em nenhuma das coortes, o estudo iNDUCT mostrou que a combinação de durvalumabe e quimioterapia à base de platina, especialmente cisplatina, apresentou resultados promissores nessa população de pacientes em termos de downstaging, com bom perfil de segurança e sem aumentar o risco cirúrgico.

Estudo multicêntrico global que incluiu 4752 mulheres jovens com câncer de mama com mutações BRCA descreve características de pacientes, tumores e tratamentos, revelando padrão distinto de eventos de sobrevida livre de doença  entre portadoras de BRCA1 e BRCA2. Os resultados estão no JCO e demonstram que a identificação de variantes patogênicas/provavelmente patogênicas de BRCA em mulheres saudáveis ​​foi associada ao diagnóstico de câncer de mama em estágio inicial, menor carga de tratamento e melhor sobrevida global não ajustada. Yuri Moraes (foto), médico geneticista do serviço de oncogenética do Américas Oncologia, analisa os principais achados.

O surgimento da medicina de precisão no campo do câncer de pulmão de células não pequenas (CPCNP) operável foi marcado por aprovações recentes dentro de um novo paradigma de tratamento, agora com estratégias terapêuticas mais personalizadas. Em um cenário que está em rápida evolução, revisão de Hofman et al. publicada na edição de março da Lung Cancer enfoca barreiras para a implementação de testes de biomarcadores na oncologia torácica e caminhos para superar os desafios.

Revisão sistemática avaliou a eficácia das intervenções nutricionais no estado nutricional, peso/composição corporal e resultados clínicos em pacientes idosos com câncer. Publicados no Journal of Geriatric Oncology, os resultados indicam a necessidade de relatar consistentemente a prescrição dietética, e reforçam a importância da adesão aos requisitos nutricionais e de parâmetros claramente definidos relacionados à nutrição e sua relação com os resultados clínicos, especificamente para pacientes mais velhos.

Revisão sistemática e meta-análise analisou as evidências disponíveis sobre as associações entre padrões alimentares e o risco de câncer gástrico. Os resultados foram publicados no European Journal of Cancer Prevention e reforçam a associação da dieta mediterrânea e de um padrão alimentar saudável com redução do risco de câncer gástrico.

Novo relatório da Agência Internacional de Pesquisa sobre Câncer (IARC) e colaboradores avalia a carga mais recente e futura do câncer de mama feminino, com análise detalhada em cerca de 50 países. O estudo foi publicado na Nature Medicine e conclui que 1 em cada 20 mulheres no mundo será diagnosticada com câncer de mama durante a vida, projetando 3,2 milhões de novos casos de câncer de mama até 2050, com 1,1 milhão de mortes caso se mantenham as taxas atuais.

Muitos pacientes com câncer se aproximando do fim da vida continuam a receber tratamentos que causam mais danos do que benefícios clínicos significativos. O alerta é de Cherny et al, no ESMO Open, em revisão que analisa os fatores que contribuem para o overtreatment em pacientes com câncer terminal e propõe uma abordagem para mitigar o tratamento excessivo no fim da vida.

Estudo de Josh et al. na Nature Communication fornece evidências de que o rastreio de HPV, seguido por triagem por inspeção visual com ácido acético (VIA) e tratamento não é inferior à estratégia de teste do HPV e tratamento em mulheres vivendo com HIV. No entanto, os autores destacam que, embora não significativo, houve aumento de 58% e 48% no risco de Neoplasia Intraepitelial Cervical (NIC 2+) no braço de "teste, triagem e tratamento" em relação ao braço de "triagem e tratamento" na análise por intenção de tratar e na análise por protocolo, respectivamente.

Análise que buscou avaliar a consistência interobservador envolvendo 36 patologistas e 50 espécimes cirúrgicos consecutivos de câncer de mama previamente diagnosticados como IHC HER2- 0 mostrou que a baixa consistência entre patologistas na distinção de casos HER2-nulo e HER2-ultralow pode impactar a elegibilidade do paciente para novas terapias. A patologista Helenice Gobbi (foto), Professora Titular de Patologia Especial da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), comenta o trabalho.

Análise retrospectiva envolvendo 48 centros em 20 países sugere que os regimes de quimioterapia adjuvante multiagentes têm impacto na sobrevida global (SG) em pacientes com adenocarcinoma pancreático que receberam quimioterapia pré-operatória com (m)FOLFIRINOX e cirurgia para doença localizada, com menor benefício de SG entre os tratados com 8 ou mais ciclos de (m)FOLFIRINOX pré-operatório, pacientes que tiveram resposta radiológica e aqueles com doença ypN0. André Roncon Dias (foto), médico do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP), comenta os principais achados.

A triagem personalizada baseada em risco (TPBR) pode aumentar a eficiência dos programas de triagem de câncer. Estudo que buscou resumir a aceitação e as percepções da TPBR entre os profissionais de saúde e o público em geral traz recomendações para dar suporte à implementação da TPBR na prática clínica de rotina e aumentar o valor da detecção precoce para câncer de mama, cervical, colorretal, de pulmão e próstata.

Prever resultados clínicos ainda é um desafio no tratamento do câncer de próstata (CaP) e a recorrência da doença afeta entre 20% e 40% dos pacientes. “À medida que os estudos continuam a explorar a importância de biomarcadores, integrar a expressão genética com dados clínicos através de aprendizado de máquina pode facilitar previsões mais precoces e precisas de recorrência da doença”, destaca estudo brasileiro de Antunes et al. que enfatiza a importância de incorporar NETO2, HPN, AR e KLK3 em um modelo para prognóstico do câncer de próstata.

A Agência Internacional de Pesquisa sobre Câncer (IARC) anunciou mais um volume das monografias da IARC (vol.135). A nova publicação enfoca o ácido perfluorooctanoico (PFOA) e o ácido perfluorooctanossulfônico (PFOS), classificando o PFOA como cancerígeno para humanos (Grupo 1) e o PFOS como possivelmente cancerígeno (Grupo 2B).