Coberturas Especiais

Osimertinibe melhorou significativamente a sobrevida livre de progressão (SLP) de pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas (CPCNP) com mutação de EGFR em estágio III, irressecável, tratados com quimiorradioterapia e pode ser um novo padrão de tratamento para essa população. É o que apontam os resultados do estudo de fase 3 (LAURA) destacado em Sessão Plenária no ASCO 2024, demonstrando mediana de SLP de 39 meses no grupo osimertinibe (osi) em comparação a 6 meses no grupo placebo. Após 12 meses, 74% dos pacientes tratados com osi não apresentavam progressão da doença, contra 22% no grupo controle.

A terapia de consolidação com durvalumabe após quimiorradioterapia (CRT) demonstrou melhora na sobrevida global e sobrevida livre de progressão em pacientes com câncer de pulmão de células pequenas em estágio limitado em comparação com o atual padrão de tratamento com CRT isolada. “Este é o primeiro estudo a mostrar eficácia da imunoterapia nessa população de pacientes”, afirmou David Spigel (foto), diretor científico do Sarah Cannon Research Institute, em Nashville, e principal autor do estudo.

Nos ensaios DESTINY-BREAST (DB) 01, 02 e 03, o tratamento com trastuzumabe deruxtecana (T-DXd) em pacientes com câncer de mama metastático HER2+ previamente tratados resultou em taxas de resposta objetiva confirmadas por revisão central independente (ICR; cega para DB-02 e 03) de 62%, 70% e 79%, e taxas de resposta completa de 7%, 14% e 21%, respectivamente. No ASCO 2024, a oncologista Cristina Saura (foto) apresentou resultados da análise agrupada dos ensaios DB 01, 02 e 03, demonstrando respostas duráveis, ​​ com sobrevida global e livre de progressão prolongadas, que apoiam ainda mais o uso de T-DXd nessa população.

A utilização da telemedicina pode promover importante redução nas emissões de gases geradas durante a assistência ambulatorial para o tratamento do câncer, o que corresponde a uma pequena redução na mortalidade humana. Os dados são de estudo apresentado no ASCO 2024 por pesquisadores do Dana Farber Cancer Institute, com publicação simultânea de Hantel et. al. no JAMA Oncology. A análise mostrou que a transição para a telemedicina durante a pandemia da COVID-19 levou a uma redução relativa de 81% nas emissões de equivalentes de CO2.

No adenocarcinoma de esôfago localmente avançado ressecável, o tratamento com quimioterapia perioperatória melhorou a sobrevida em comparação com a quimiorradioterapia neoadjuvante. “Nosso estudo mostra a superioridade da quimioterapia perioperatória FLOT (5-FU/leucovorina/oxaliplatina/docetaxel) como estratégia multimodal nessa poulação de pacientes”, afirmou Jens Hoeppner (foto), cirurgião na Universidade de Bielefeld, Alemanha, e principal autor do estudo de Fase 3 ESOPEC (LBA1), apresentado em Sessão Plenária no ASCO 2024.

As diretrizes recomendam a integração precoce de cuidados paliativos e oncológicos para pacientes com câncer avançado, com evidências robustas demonstrando que esse modelo melhora a qualidade de vida. No entanto, a maioria dos pacientes não recebe cuidados paliativos precoces no ambiente ambulatorial. Estudo randomizado que envolveu 1.250 participantes com câncer de pulmão avançado mostra caminhos para superar essas barreiras. “Nossas descobertas destacam a necessidade crítica de sistemas de saúde e formuladores de políticas adotarem a telessaúde de forma mais ampla em padrões de cuidados paliativos baseados em evidências”, disse o autor principal do estudo, Joseph Greer (foto), codiretor do Cancer Outcomes Research & Education Program do Massachusetts General Hospital.

A detecção de doença molecular residual poderia ajudar a identificar um subgrupo de pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas EGFRm ressecado que se beneficiaria do tratamento adjuvante prolongado com osimertinibe. É o que demonstram os resultados de análise do estudo ADAURA apresentada em sessão oral no ASCO 2024 pelo oncologista Tom John (foto), do Peter MacCallum Cancer Centre, Austrália.

Como terapia de primeira linha em pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas avançado, datopotamabe deruxtecana (Dato-DXd) mais pembrolizumabe com ou sem quimioterapia à base de platina continua a demonstrar atividade antitumoral duradoura, independentemente da expressão de PD-L1. Os resultados são de análise de subgrupo do estudo TROPION-Lung02 selecionada para apresentação em pôster no ASCO 2024.

Estudo randomizado de fase 3 (TOP) com participação multicêntrica tem o objetivo de determinar se a combinação de osimertinibe mais quimioterapia pode melhorar a eficácia em comparação com osimertinibe em monoterapia em pacientes com mutações concomitantes de EGFR e TP53. A pesquisa está em fase de desenvolvimento (trial in progress) e foi selecionada para apresentação em poster no ASCO 2024.

Fernanda M. Favorito (foto), da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, é primeira autora de poster selecionado no ASCO 2024, que tem como autor sênior o radio-oncologista Fabio Ynoe de Moraes, do Kingston Health Sciences, Canadá (na foto, à direita). A pesquisa mostra diferentes perspectivas sobre inteligência artificial (IA) entre residentes de oncologia e destaca caminhos para promover a diversidade na aplicação médica da IA.

A combinação de cemiplimabe com a vacina ISA101b está sendo estudada em cânceres positivos para HPV16 em vários ensaios clínicos. Estudo de fase 2 com participação do oncologista Carlos Paiva (foto), do Hospital de Câncer de Barretos, e de mais dois centros brasileiros, apresentou no ASCO 2024 os resultados de eficácia e segurança de cemiplimabe + ISA101b em pacientes com câncer cervical HPV16 recorrente que progrediram da doença após quimioterapia de primeira linha.