ESMO 2022

daniela lessaA oncologista Daniela Lessa da Silva (foto), da clínica Oncosinos, em Novo Hamburgo, é a autora principal de estudo selecionado para apresentação em pôster no ESMO 2022 que utilizou uma avaliação hiperpragmática geriátrica para analisar possíveis diferenças na função física e risco de comprometimento cognitivo entre pacientes idosos com câncer atendidos nos sistemas de saúde público e privado. O trabalho foi premiado como melhor pôster da sessão ‘Políticas e Estratégias Preventivas’ do congresso europeu.

rachel 22Para pacientes com câncer colorretal metastático refratário (mCRC), as opções de tratamento eficazes são limitadas. Com base nos resultados do estudo FRESCO (NCT02314819), o inibidor de tirosina quinase oral altamente seletivo e potente de VEGFR-1, -2 e -3 fruquintinib foi aprovado na China como tratamento de 3ª linha ou mais para essa população de pacientes. Agora, no ESMO 2022, foram relatados os dados do FRESCO-2 (NCT04322539), que avalia fruquintinib em pacientes fortemente pré-tratados, refletindo as práticas globais atuais. Quem analisa os resultados do trabalho é a oncologista Rachel Riechelmann (foto).

harada mskcc 2021 okCom um seguimento dos pacientes por mais 2 anos desde a primeira apresentação do estudo em 2020, resultados atualizados do estudo ADAURA apresentados no ESMO 2022 reforçam osimertinibe (Tagrisso®, Astrazeneca) adjuvante como padrão de tratamento para pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas (CPNPC) estágio IB-IIIA com mutação EGFR após ressecção tumoral completa e quimioterapia adjuvante, quando indicada. O oncologista Guilherme Harada (foto), advanced clinical fellow no Memorial Sloan Kettering Cancer Center, comenta os resultados.

carolina alvesCarolina Alves Costa Silva (foto), oncologista e doutoranda no Gustave Roussy, apresentou em sessão mini-oral no ESMO 2022 trabalho que relatou as assinaturas metagênomicas do microbiota intestinal associadas ao risco IMDC (International Metastatic Renal Cell Carcinoma Renal Database Consortium) e à resposta aos inibidores de tirosina quinase (TKIs), além das alterações da composição do microbiota intestinal durante o tratamento com inibidores de checkpoint imune (ICI) e TKIs em pacientes de carcinoma de células renais metastático (mRCC).

EDUARDO ZUCCA BXApresentados no ESMO 2022, os estudos de fase 3 RADICALS-HD e DADSPORT investigaram o uso de terapia de privação androgênica (ADT) juntamente com radioterapia pós-operatória em pacientes com câncer de próstata. Quem analisa os resultados dos trabalhos é o oncologista Eduardo Zucca (foto), Diretor de Ensino e Pesquisa do Instituto do Câncer Brasil.

rachel riechelmann 2021 bxNo estudo NICHE-2 (LBA7), dois ciclos de nivolumabe neoadjuvante mais ipilimumabe em baixa dose levaram a respostas patológicas sem precedentes em pacientes com câncer de cólon com deficiência no mismatch repair (dMMR). Os resultados foram apresentados por Myriam Chalabi, do Netherlands Cancer Institute, em Amsterdam, Holanda, em sessão presidencial no ESMO 2022. A oncologista Rachel Riechelmann (foto), diretora do Departamento de Oncologia do A.C. Camargo Cancer Center, comenta os resultados.

meta cerebral mulher bxTUXEDO-1 é um estudo de fase II que avalia pacientes com câncer de mama HER2-positivo com doença recém diagnosticada ou progressiva, sem necessidade imediata de terapia local. Estudo destacado na ESMO 2022 demonstrou que o tratamento com o conjugado trastuzumabe deruxtecana manteve a qualidade de vida e a função neurocognitiva nessa população de pacientes.

ariel kannO anti-PD-L1 atezolizumabe como terapia adjuvante após ressecção para pacientes com carcinoma de células renais com risco aumentado de recorrência não melhorou os resultados clínicos em comparação com placebo na população com intenção de tratar (ITT), mas teve um perfil de segurança gerenciável. Os resultados são do estudo IMmotion010, apresentado em sessão oral no ESMO 20221 e publicado simultaneamente no Lancet2, em artigo com participação do oncologista Ariel Kann (foto), chefe de oncologia clínica no Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo.

prostata 21 2 bxAlterações no gene do receptor androgênico (AR) detectadas por sequenciamento de ctDNA no cenário de primeira linha do câncer de próstata metastático resistente a castração (mCRPC) foram associadas a piores resultados com ARATs (abiraterona e enzalutamida) em um estudo de fase 2 (PMID: 29367197). Agora, estudo aceito para apresentação em poster na ESMO 2022 correlacionou alterações do receptor androgênico com resultados de pacientes do mundo real com mCRPC virgens de tratamento tratados com ARATs, avaliando os desfechos com base na presença de amplificação de AR (AR amp) versus mutação de AR (AR mut).

prostata ascogu21As mutações SPOP (mtSPOP) podem representar biomarcadores importantes na seleção de tratamento de pacientes com câncer de próstata sensível à castração com metástase de novo. É o que destaca estudo selecionado na ESMO 2022, demonstrando que pacientes com mtSPOP recebendo terapia de privação androgênica + ARAT (abiraterona, apalutamida, enzalutamida) tiveram melhor sobrevida global e maior tempo para a resistência à castração em comparação com SPOP de tipo selvagem (wtSPOP). O status SPOP não foi associado aos resultados com docetaxel.