Em mais um tópico da coluna ‘Drops de Genômica’, o oncologista André Murad (foto) explica o que é a HMGA2, proteína 2 do grupo de alta mobilidade. “Os efeitos oncogênicos da HMGA2 em diferentes tipos de câncer faz com que essa proteína possa ser utilizada para fins diagnósticos, prognósticos e terapêuticos”, afirma. Confira.
Por André Marcio Murad*
A HMGA2 (proteína 2 do grupo de alta mobilidade) regula a expressão gênica ligando-se a regiões de DNA ricas em AT (adenina-timina). Semelhante a outras proteínas arquitetônicas do DNA, a HMGA2 é altamente expressa em células-tronco embrionárias durante a embriogênese, enquanto sua expressão é mais limitada em estágios posteriores de desenvolvimento e na idade adulta.
É importante ressaltar que a HMGA2 é reexpressa em quase todos os tumores malignos humanos, onde promove a tumorigênese por múltiplos mecanismos. A HMGA2 aumenta a proliferação de células tumorais, promovendo a entrada no ciclo celular e a inibição da apoptose.
A HMGA2 influencia uma variedade de outros processos biológicos, incluindo o processo do ciclo celular, processo de reparação de danos no DNA, apoptose, senescência, transição epitelial-mesenquimal e restauração dos telômeros.
Além disso, a HMGA2 influencia diferentes mecanismos de reparo do DNA e promove a transição epitelial-mesenquimal ativando a sinalização através das vias MAPK/ERK, TGFβ/Smad, PI3K/AKT/mTOR, NFkB e STAT3, além de interferir na apoptose, senescência e restauração dos telômeros. Adicionalmente, a HMGA2 mantém um fenótipo de células-tronco potencialmente malignas, além de induzir resistência tumoral a agentes quimioterápicos.
Portanto, os efeitos oncogênicos da HMGA2 em diferentes tipos de câncer faz com que essa proteína possa ser utilizada para fins diagnósticos, prognósticos e terapêuticos do câncer.