Estudo realizado pelo AC Camargo Cancer Center em parceria com o MD Anderson Cancer Center avalia a relação entre microbioma e resposta imune de pacientes com leucemia que desenvolveram infecções respiratórias após transplante de medula óssea (TMO). O projeto é da hematologista brasileira Marjorie Vieira Batista (foto) e recebeu o Grants NIH, aprovado para financiamento pelo National Institutes of Health (NIH) dos Estados Unidos.
Titular do Departamento de Infectologia do A.C.Camargo e responsável pelas infecções no Departamento de Hematologia, Marjorie afirma que a ideia surgiu durante seu pós-doutorado no MD Anderson. “Estava no Departamento de Infectologia do MD Anderson quando propus ao chefe do Departamento, Roy Chemaly, esse estudo prospectivo entre Estados Unidos e Brasil”, conta ela.
Pacientes de leucemia submetidos a TMO têm risco elevado de infecções respiratórias. “O risco de progressão de um quadro viral respiratório alto, por exemplo, de uma gripe para uma pneumonia viral, é em torno de 30 a 40%”, diz a especialista. Serão estudados o parainfluenza, o vírus sincicial respiratório (VSR) e o influenza.
A expectativa é concluir a pesquisa em quatro anos, de 2020 a 2024. “Vamos comparar as populações dos dois países, as particularidades tanto do sistema imune ou da microbiota ou, ainda, da vacina que os pacientes usam, para entender se essas particularidades podem explicar diferenças entre pacientes desses dois países”, explica Marjorie. “Será um pool de informações gigante. A partir desse projeto, haverá uma cascata de conhecimento que vai gerar, com certeza, novos projetos”, finaliza.
No AC Camargo Cancer Center, o projeto tem a participação dos departamentos de Onco-hematologia e de Infectologia, além dos grupos de Biologia Computacional e Bioinformática.
Referência: Interação do sistema imunológico, microbioma e viroma na determinação da evolução de infecções virais respiratórias em receptores de transplante de células hematopoiéticas e em pacientes com leucemia.