Mutações na família RAS têm impacto sobre a eficácia dos anticorpos anti-EGFR em pacientes com câncer colorretal metastático (mCRC) e são importantes como fator preditivo de resposta ao tratamento com drogas-alvo. A implicação prática é que o teste de mutação RAS deve ser expandido para otimizar o tratamento com cetuximabe e panitumumabe. Essa é a “take home message” do estudo de revisão apresentado por Marc Peeters (foto), do Antwerp University Hospital, na Bélgica, durante o Simpósio GI.
Enquanto mutações ativadoras no K-RAS exon 2, presentes em aproximadamente 40% a 50 % dos tumores mCRC, já são conhecidas há algum tempo por diminuir a resposta a agentes EGFR-alvo em mCRC, novos dados apontam para uma longa lista de mutações dentro da família de genes RAS que também estão associadas com a falta de resposta ao tratamento.
Peeters mostrou que mutações ativadoras nos exons 2, 3 e 4 de ambos K-RAS e N-RAS são preditivos de resposta negativa ao panitumumabe na segunda linha. Os achados corroboram descobertas recentes do estudo PRIME e do ensaio PEAK em relação à eficácia do panitumumabe.
Resultados semelhantes também foram relatados para o agente cetuximabe no cenário de primeira linha, com base na reanálise dos dados do estudo CRYSTAL FIRE-3. De 25% a 40% dos pacientes considerados K-RAS do tipo selvagem desenvolvem resistência a anticorpos anti-EGFR e deixam de responder à terapia-alvo.
Em conclusão, crescem as evidências em favor de ampliar a análise do status RAS e incluir mutações menos frequentes para planejar a estratégia de tratamento.
Fonte: J Clin Oncol 32, 2014 (suppl 3; abstr LBA387)