Onconews - Disfunção sexual em pacientes com câncer de pulmão

Nota11_ELCC_Sexualidade_1_OK.jpgDurante a 4ª Conferência Europeia de Câncer de Pulmão, os médicos foram alertados a prestar mais atenção em uma questão que tem consequências importantes na qualidade de vida dos pacientes.

Apesar de ser um assunto habitualmente ignorado, muitos pacientes com câncer de pulmão sofrem dificuldades com a atividade sexual e intimidade. "É hora dos médicos e cientistas prestarem mais atenção a esta importante questão", disse Stephane Droupy, do Hospital Universitário de Nimes, França, em uma sessão especial sobre disfunção sexual e o tratamento de câncer de pulmão.

Os pesquisadores estimam que a disfunção sexual afeta entre 40% e 100% dos pacientes que se submetem ao tratamento de câncer, e estudos mostram que ao invés de melhorar após a conclusão do tratamento, estes problemas podem persistir ao longo do tempo. No entanto, grande parte da informação recolhida até agora se refere aos cânceres de mama, tumores ginecológicos ou de próstata. Pouco se sabe sobre outros tipos de câncer, incluindo o câncer de pulmão.

Na sessão sobre sexualidade e câncer, Stéphane Droupy e Luca Incrocci discutiram como avaliar a função sexual e tratar os efeitos colaterais após a terapia do câncer de pulmão. "Nós ainda temos muito trabalho a fazer para a conscientização de problemas sexuais depois do câncer – e o câncer de pulmão, em particular - , e esperamos que a nossa sessão inicie a discussão sobre a melhor forma de ajudar este grupo de pacientes", disse Droupy.

Segundo Luca Incrocci, radioterapeuta e sexólogo do Erasmus Medical Center, em Roterdã, Holanda, o assunto é difícil de lidar, tanto para pacientes como para os profissionais de saúde, mas isso não deve impedir de fazer o que for possível para melhorar a situação. “Sabemos que a sexualidade é importante para a qualidade de vida e as relações conjugais, mas os profissionais de saúde muitas vezes evitam discutir a história sexual de um paciente com câncer", disse.