A HEMO 2014 mostrou que depois da revolução provocada pelo mesilato de imatinibe, o Glivec®, o tratamento da Leucemia Mieloide Crônica (LMC) começa a se deparar com um novo paradigma, diante do reconhecimento de que inibidores de tirosina-quinase de segunda geração têm papel em pacientes resistentes à terapia de primeira linha.
A recomendação da ELN (European LeukemiaNet) veio em 2009, baseada no estudo de fase II START-R, que mostrou a superioridade do agente dasatinibe (Sprycel®), da Bristol-Myers Squibb, sobre a progressão de dose para 800 mg de imatinibe.
O estudo randomizou 150 pacientes com LMC em fase crônica resistentes ao imatinibe (400 mg ou 600 mg/dia) para receber dasatinibe ou 800 mg de imatinibe. Nos dados finais, após dois anos de seguimento, o dasatinibe mostrou melhores taxas de resposta (44% versus 18%, p=0,0025) e ampliou a sobrevida livre de progressão. Aos 18 meses, 90% dos pacientes tratados com o novo agente apresentaram resposta citogenética maior, contra 74% no grupo que recebeu imatinibe.
Outro estudo que confirmou a superioridade do dasatinibe nesse cenário foi o DASISION, que comparou doses diárias de 100 mg de dasatinibe com 400 mg/dia de imatinibe no tratamento da LMC cromossomo Philadelphia positivo (Ph+).Depois de quatro anos, 76% dos pacientes do braço dasatinibe tiveram resposta molecular maior (RMM) versus 63% dos pacientes em uso de imatinibe.
A literatura mostra que parcela significativa dos pacientes de LMC deixa de atingir resposta citogenética completa com o tratamento baseado no imatinibe e a troca para esse inibidor de tirosina quinase de segunda geração tem se demonstrado efetiva como opção para esse grupo de pacientes.
Outro agente que disputa a segunda linha em LMC é o nilotinibe, apoiado nos resultados do estudo ENEST.