Os dados do estudo randomizado de fase III indicam que a terapia inicial com nivolumab sozinho ou em combinação com ipilimumab é significativamente mais eficaz que ipilimumab sozinho no tratamento de pacientes com melanoma metastático (LBA 1).
O anti PD-1 nivolumab mais do que dobrou o tempo médio para a progressão da doença, em comparação com ipilimumab (6,9 meses versus 2,9 meses). O benefício foi ainda maior quando ipilimumab e nivolumab foram combinados (11,5 meses).Os resultados do Checkmate 067 apresentados em Chicago, durante a 51ª ASCO, mostram que as taxas de resposta foram também substancialmente mais elevadas em doentes que receberam a terapia combinada (57,6%) e nivolumab sozinho (43,7%), em comparação com ipilimumab (19%).
“A imunoterapia já revolucionou o tratamento de melanoma e agora estamos vendo como esses agentes podem ser ainda mais poderosos quando estão combinados”, disse o autor do estudo, Jedd Wolchok, Chefe do serviço de melanoma e imunoterapia do Memorial Sloan Kettering , em Nova Iorque. Mas os resultados também pedem cautela, diz o especialista. “A combinação de nivolumab e ipilimumab veio com maiores efeitos colaterais. Médicos e pacientes terão de pesar cuidadosamente essas considerações", recomenda.
Os dados do CHECKMATE 067 também sugerem que os pacientes com um marcador tumoral específico parecem se beneficiar mais do tratamento combinado, enquanto outros pacientes podem ter excelentes respostas com nivolumab sozinho. Isto poderá ajudar os médicos a selecionar o melhor tratamento para cada paciente", esclareceu.
Nivolumab e ipilimumab são anticorpos monoclonais que bloqueiam dois pontos de resposta imune diferentes ─ PD-1 e CTLA-4, respectivamente. São drogas comumente chamadas de inibidores de checkpoint, que aumentam a capacidade do sistema imunológico de combater o câncer.
Métodos e resultados
O CHECKMATE 067 distribuiu aleatoriamente 945 pacientes com melanoma avançado, sem tratamento prévio, para receber ipilimumab, nivolumab, ou a combinação dos dois. Depois de um período de acompanhamento de pelo menos nove meses, a mediana de sobrevida livre de progressão foi de 2,9 meses para ipilimumab, 6,9 meses para nivolumab, e de 11,5 meses para a combinação. As diferenças foram estatisticamente significativas.
As taxas de resposta foram respectivamente de 57,6% para a combinação, 43,7% para nivolumab, e de 19% para ipilimumab. O tratamento de combinação também possibilitou reduzir a carga tumoral, com profundidade de resposta de 52% para a combinação e de 34% com nivolumab sozinho. Em contraste, pacientes que receberam exclusivamente ipilimumab experimentaram aumento de 5% .
Como previsto, a taxa de efeitos secundários graves foi maior no grupo da combinação (55%), e 36% dos pacientes deste grupo tiveram que interromper o tratamento devido aos efeitos colaterais. Dr. Wolchok observou que estudos anteriores demonstraram que muitos pacientes que interrompem o tratamento ainda continuam a obter benefícios prolongados da imunoterapia.
A duração mínima da terapia provavelmente varia de paciente para paciente e ainda não há dados definitivos para esclarecer o tempo ideal de tratamento. Informações sobre qualidade de vida foram coletadas no estudo CHCKMATE 067 e serão reportadas em análises posteriores.
Referência: Efficacy and safety results from a phase III trial of nivolumab (NIVO) alone or combined with ipilimumab (IPI) versus IPI alone in treatment-naive patients (pts) with advanced melanoma (MEL) (CheckMate 067). J Clin Oncol 33, 2015 (suppl; abstr LBA1)
http://abstracts.asco.org/156/AbstView_156_144621.html