Resultados recentes do estudo CheckMate 057 apresentados na ESMO confirmaram que o anti PD-1 nivolumab melhorou a sobrevida de pacientes com câncer de pulmão não pequenas células não escamosas que progrediram à quimioterapia baseada em platina. Os dados do estudo de Fase III foram publicados simultaneamente no New England Journal of Medicine e mostram que, em 12 meses, mais pacientes estavam vivos no braço tratado com nivolumab em comparação com docetaxel (51% versus 39%). A diferença permaneceu na análise em 18 meses de seguimento (39% para nivolumab vs 23% para docetaxel).
Os pesquisadores identificaram uma diferença na taxa de resposta objetiva (ORR) entre pacientes que expressam diferentes níveis de PD-L1, proteína que desempenha papel importante no sistema imunológico, atuando em sua capacidade de reconhecer e atacar tumores [4]. No entanto, a expressão de PD-L1 não afetou a taxa de resposta global nem a mediana de duração da resposta, com 18,3 meses contra 16 meses, diferença que não alcançou significância estatística. Entre os pacientes tratados com docetaxel, a mediana de duração de resposta foi de 5,6 meses, independentemente da expressão de PD-L1.
Métodos e resultados
292 pacientes receberam nivolumab na dose de 3 mg / kg por via intravenosa, a cada duas semanas, e 290 receberam docetaxel na dose de 75 mg / m2 por via intravenosa, a cada três semanas.
A sobrevida global favoreceu o braço tratado com nivolumab, com mediana de 12,2 meses (IC 95%, 9,7 -15,0) versus 9,4 meses (IC 95%, 8,1-10,7) no grupo de docetaxel (razão de risco para morte, 0,73; P = 0,002). Em 1 ano, a taxa de sobrevida global foi de 51% com nivolumab contra 39% com docetaxel. Com um acompanhamento adicional, a taxa de sobrevida global em 18 meses foi de 39% (IC 95%, 34-45) com nivolumab versus 23% (IC 95%, 19- 28) com docetaxel. A taxa de resposta foi de 19% com nivolumab versus 12% com docetaxel (P = 0,02).
Embora a sobrevida livre de progressão não tenha favorecido nivolumab sobre docetaxel (mediana de 2,3 meses e 4,2 meses, respectivamente), a taxa de sobrevida livre de progressão em 1 ano foi maior com nivolumab do que com docetaxel (19% e 8%, respectivamente). Nivolumab foi associado com maior eficácia na comparação com docetaxel em todos os subgrupos.
Os eventos adversos de grau 3 ou 4 relacionados com o tratamento foram relatados em 10% dos pacientes no grupo nivolumab, em comparação com 54% dos pacientes que receberam quimioterapia.
Em conclusão, entre os pacientes com CPNPC não-escamosas que progrediram durante ou após a quimioterapia à base de platina, a sobrevida global foi maior com nivolumab do que com docetaxel.
"Os dados mostram que nivolumab é uma boa opção de tratamento, oferecendo resultados duradouros e com efeitos colaterais bem menores que o docetaxel”, disse Leora Horn, do Vanderbilt Ingram Cancer Center, que comentou o estudo na ESMO.
O CheckMate 057 foi financiado pela Bristol-Myers Squibb
Referência: Abstract no: 3010. “Phase 3, randomized trial (CheckMate 057) of nivolumab vs docetaxel in advanced non-squamous non-small cell lung cancer: Subgroup analyses and patient reported outcomes”