O inibidor de quinases palbociclib, com ação em múltiplas ciclinas (CDK 4 e 6), é usado para tratar o câncer de mama avançado e se mostrou eficaz também em inibir a atividade proliferativa de células cancerosas em pacientes com câncer de mama inicial, sem tratamento prévio. É o que apontam os dados do estudo randomizado de fase II apresentado na AACR 2016.
O estudo foi liderado por Monica Arnedos, do Gustave Roussy, e procurou avaliar o uso pré-operatório de palbociclib por curto tempo, em mulheres com câncer de mama inicial. Os resultados mostram que palbociclib demonstrou atividade tumoral antiproliferativa e foi associado a mudanças em subtipos específicos.
Arnedos e colegas incluíram 100 mulheres com câncer de mama inicial, 74 tratadas com 125 mg/dia de palbociclib oral por 14 dias que antecederam a cirurgia, enquanto 26 pacientes foram alocadas no grupo-controle, sem tratamento prévio. Da amostra avaliada, 93% dos tumores foram hormônio-receptor positivo (RH+)/HER2-negativo e 8% HER2-positivo.
O estudo revelou que 58% dos pacientes que receberam palbociclib tiveram resposta tumoral anti-proliferativa, em comparação com 10% das pacientes do grupo-controle.
A resposta foi avaliada a partir da proteína Ki-67, sabidamente um marcador da proliferação celular. A mudança foi mais significativa em pacientes com câncer de mama HR+/ HER2 negativo. Neste grupo, 72% dos pacientes apresentaram diminuição do Ki67, em comparação com 5% do grupo-controle. Arnedos observou que nenhuma resposta antiproliferativa foi observada em mulheres com tumores HER2-positivo ou câncer de mama triplo-negativo.
Uma limitação do estudo é o número insuficiente de pacientes com câncer de mama HR-negativo, o que tornou difícil interpretar os resultados para esse grupo. Novos trabalhos são necessários para confirmar os achados iniciais.
Este estudo foi financiado pela Pfizer.
Referência: Anti-proliferative response and predictive biomarkers to palbociclib in early breast cancer: The Preoperative Palbociclib (POP) randomized trial
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