Onconews - CHECKMATE 141: nivolumabe no câncer de cabeça e pescoço

C__ncer_de_Cabe__a_e_Pesco__o_NET_OK_2.jpgNivolumabe é o primeiro inibidor de checkpoint imunológico a demonstrar ganho de sobrevida global em pacientes de carcinoma de células escamosas de cabeça e pescoço recorrente/metastático. Os resultados do estudo CHECKMATE 141, que serão apresentados na segunda-feira, 6 de junho, na ASCO 2016, demonstraram um benefício significativo de sobrevida global do nivolumabe em comparação com a quimioterapia de escolha do investigador (IC) na doença refratária à platina (abstr 6009).

Esses pacientes geralmente têm mau prognóstico e a mediana de sobrevida global na doença refratária à platina é ≤6 meses. “O estudo CHECKMATE 141 é o primeiro estudo randomizado em pacientes com tumores de cabeça e pescoço após primeira linha a demonstrar aumento de sobrevida global, constituindo um achado inédito neste cenário”, afirma William William Jr., professor associado do Departamento de Oncologia Torácica/Cabeça e Pescoço do MD Anderson Cancer Center.
 
Métodos
 
Pacientes ≥18 anos com carcinoma de células escamosas de cabeça e pescoço recorrente/metastático e PS ECOG 0-1 foram randomizados 2:1 para receber nivolumabe na dose de 3 mg/kg a cada duas semanas (até progressão da doença ou toxicidade) ou agente único de escolha do investigador (mitoxantrona, docetaxel ou cetuximabe). O endpoint primário foi a sobrevida global. Os endpoints secundários incluíram taxa de resposta global e sobrevida livre de progressão (RECIST 1.1). Na ASCO serão apresentados endpoints adicionais de avaliação de qualidade de vida (QoL), biomarcadores correlacionados e segurança.
 
Sobrevida global, sobrevida livre de progressão e taxa de resposta global foram comparadas entre os braços de tratamento por expressão de PD-L1 (≥1%, ≥5%, e ≥10%) e status do HPV (p16 IHC). Biomarcadores celulares e séricos estão sendo avaliados.
 
Resultados
 
Os pacientes (n=361) foram randomizados para receber nivolumabe (n=240) ou a quimioterapia de escolha do investigador (n=121). Foi observada uma redução de 30% no risco de morte em pacientes tratados com nivolumabe, com uma mediana de sobrevida global de 7,5 meses (95% CI: 5,5-9,1) para nivo e 5,1 meses (95% CI: 4,0-6,0) para a escolha do investigador. Entre os pacientes com expressão positiva do PD-L1, a mediana de sobrevida global para nivo vs escolha do investigador foi de 8,7 vs 4,6 meses nos pacientes com PD-L1 ≥1%, 8,8 vs 4,6 meses para ≥5%, e 8,7 vs 5,2 meses para ≥10%.
 
A taxa de risco (HR) para sobrevida global de 0,70 (97,73% CI: 0,51-0,96) foi consistentemente melhor para a expressão PD-L1 ≥1%: 0,56 (95% CI: 0,37-0,84); para ≥5%: 0,50 (95 % CI: 0,30-0,83); e para ≥10%: 0,56 (95% CI: 0,31-0,99). A mediana de sobrevida livre de progressão para nivo vs IC foi de 2,1 vs 2,0 meses (HR 0,64; 95% CI: 0,44-0,93) para PD-L1 ≥1%; 3,2 vs 2,0 meses (HR 0,53; 0,33-0,84) para ≥ 5%; e 2,1 vs 2,1 meses (HR 0,53; 0,31-0,88) para ≥10%. A taxa de resposta global para nivo com PD-L1 ≥1%, ≥5% e ≥10% foi de 18,2%, 25,9% e 32,6%, respectivamente, em comparação com 3,3%, 2,3% e 2,9% para a quimioterapia de escolha do investigador.
 
Os eventos adversos relacionados com o tratamento (TRAEs) de qualquer grau ocorreram em 59,3% dos pacientes tratados com nivolumabe e 77,5% daqueles tratados com a escolha do investigador. TRAEs de graus 3/4 ocorreram em 13,6% e 35,1% dos pacientes.
 
Os autores concluíram que nivolumabe demonstrou um benefício significativo de sobrevida global em comparação com a escolha do investigador, sendo a melhoria de SG e de taxa de resposta global maior com a expressão PD-L1 ≥1%. Além disso, nivolumabe também apresentou menor incidência de eventos adversos relacionados ao tratamento em comparação com a quimioterapia de escolha do investigador.
 
Informações do ensaio clínico: NCT02105636
 
Referência: Further evaluations of nivolumab (nivo) versus investigator’schoice (IC) chemotherapy for recurrent or metastatic (R/M) squamous cell carcinoma of the head and neck (SCCHN): CheckMate 141 - Abstract No:6009 - Citation:J ClinOncol 34, 2016 (suppl; abstr 6009)