Onconews - Pesquisadora brasileira fala de HPV e câncer na 52ª ASCO

Luisa_NET_OK_2.jpgNo ano passado, cerca de 50% dos 34 mil participantes do congresso da ASCO foram visitantes internacionais, com presença de especialistas dos cinco continentes. A edição de 2016 dedicou espaço a uma sessão também global, a Global Oncology Session, que destacou o papel do rastreamento e da prevenção no controle dos cânceres associados à infecção pelo papilomavírus humano (HPV), em painel que contou com a apresentação da brasileira Luisa Lina Villa (foto).

Atualmente, diferentes esforços se propõem a diminuir o impacto das malignidades provocadas pelo HPV, especialmente o câncer do colo do útero. Dados disponíveis na literatura mostram que 71% dos casos globais de câncer cervical podem ser evitados com a vacinação contra dois dos tipos mais comuns, o HPV 16 e o HPV 18.
 
Ao lado da vacinação, o rastreamento para identificar lesões precursoras continua como a melhor estratégia, mas a realidade está longe do esperado. Diante da ausência de políticas em diferentes regiões do planeta ou de estratégias pouco efetivas no combate ao HPV, o cenário preocupa e não por acaso esteve no programa da ASCO este ano.
 
A bióloga Luisa Lina Villa lembrou dos diferentes tipos de câncer associados ao papilomavírus humano, entre eles os tumores de orofaringe, atualmente com taxas crescentes de incidência. "Temos que continuar nos empenhando para ampliar a cobertura da vacinação contra HPV entre as meninas, esperando incluir em breve também os meninos. Os médicos têm um papel fundamental neste processo ao indicar a vacinação, e demais profissionais da saúde ao veicular informações corretas à população", afirma a pesquisadora.  

Cenário
 
Hoje, 85% das mortes por câncer cervical ocorrem em países pobres ou em desenvolvimento. No Brasil, excetuando o câncer de pele não-melanoma, o câncer do colo do útero já se sobrepõe ao de mama como a primeira causa de morte por câncer entre a população feminina em regiões mais carentes do país.

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