Dados do estudo ASCEND-4 apresentados pelo oncologista brasileiro Gilberto de Castro Jr. (foto) na 17ª Conferência Mundial de Câncer de Pulmão mostram que o novo inibidor de ALK ceritinib foi superior na comparação com quimioterapia como tratamento de primeira linha e reduziu em 45% o risco de morte de pacientes com câncer de pulmão não pequenas células avançado com translocação da quinase do linfoma anaplásico.
O estudo de Fase III ASCEND-4 randomizou 376 pacientes com CPNPC não escamoso avançado ALK+ para receber ceritinib ou quimioterapia. Os doentes foram tratados por um período mediano de 66 semanas com ceritinib e 29 semanas para quimioterapia.
O estudo atingiu o objetivo primário, demonstrando uma melhoria estatisticamente significativa na sobrevida livre de progressão de mais de 16 meses versus 8 meses no braço de quimioterapia, com resposta global objetiva que favoreceu significativamente o braço ceritinib (72,5% versus 26,7%).
“Além da redução do risco em termos de progressão da doença, esses pacientes experimentaram respostas sistêmicas elevadas e duradouras. Ceritinib também alcançou altas taxas de resposta intracraniana em pacientes com metástases cerebrais mensuráveis", disse Gilberto.
Na amostra pesquisada, 5,3% dos pacientes do braço de ceritinib interromperam o tratamento devido a eventos adversos em comparação com 11,4% dos pacientes tratados com quimioterapia.
Ceritinib é um inibidor de quinase do linfoma anaplásico que foi aprovado em 2014 pela Food and Drug Administration para o tratamento de CPNPC metastático ALK-positivo após o tratamento com crizotinib. A mutação está presente em cerca de 2% a 7% dos pacientes com CPNPC, tipo que representa 85% de todos os casos de câncer de pulmão.