A oncologista Ana Gelatti, médica do Hospital do Câncer Mãe de Deus, em Porto Alegre, e membro do Grupo Brasileiro de Oncologia Torácica (GBOT), comenta os resultados do estudo OAK, apresentado na ESMO 2017, que correlacionou os resultados de diferentes testes de IHQ para PD-L1 com os desfechos clínicos do atezolizumabe no câncer de pulmão não pequenas células.
O estudo de fase 3 OAK demonstrou benefício de sobrevida global com uso de atezolizumabe vs docetaxel em pacientes com CPNPC independente da expressão de PD-L1 (VENTANA – SP142).
Para determinar se os resultados foram consistentes com outros testes de IHQ para PD-L1, o presente estudo avaliou a eficácia do atezolizumabe conforme os subgrupos de PD-L1 definidos pelo teste da Ventana SP142 e da Dako 22C3 pharmDx.
A expressão de PD-L1 foi avaliada prospectivamente com SP142 (células tumorais e infiltrado linfocitário) e retrospectivamente com 22C3. Entre os pacientes com tumores negativos pelo SP142 (TC0 e IC0), a maioria (77%) também foi negativa em 22C3 (<1%). O benefício de sobrevida global com atezolizumabe foi observado nos subgrupos PD-L1-negativos definidos por ambos os ensaios.
Da mesma forma, o melhor benefício clínico foi observado em pacientes com a maior expressão de PD-L1 nos dois ensaios de IHQ (TC3 ou IC3 por SP142, ou TPS ≥ 50% por 22C3).
Podemos concluir com este estudo que a prevalência dos subgrupos de PD-L1 foi semelhante nos dois testes de IHQ. Esses dados fornecem evidência de que o benefício de sobrevida global com uso de atezolizumabe em tumores PD-L1 negativos é independente do estudo de IHQ utilizado. Vale ressaltar que estamos frente a um dos primeiros estudos que correlacionou os resultados de diferentes testes de IHQ para PD-L1 com os desfechos clínicos.
Referência: 1296O - Clinical efficacy of atezolizumab (Atezo) in PD-L1 subgroups defined by SP142 and 22C3 IHC assays in 2L+ NSCLC: Results from the randomized OAK study.