Onconews - Nivo versus ipi no melanoma de alto risco

Melanoma 2O anti PD-1 nivolumabe é superior ao padrão de cuidados ipilimumabe em pacientes com melanoma ressecado estádio III / IV em alto risco de recorrência. É o que mostram os resultados do estudo CHECKMATE 238 apresentado no encontro anual da ESMO1, em Madri, e publicado no New England Journal of Medicine (NEJM)2. CHECKMATE 238 é um estudo randomizado, duplo-cego, de fase III, que comparou o tratamento adjuvante com nivolumabe versus o padrão de cuidados com o anti CTLA-4 ipilimumabe. O estudo incluiu 906 pacientes com melanoma ressecado, estádios IIIB, IIIC e IV com risco de recidiva superior a 50% em cinco anos.

 

Os pacientes foram randomizados 1:1 para receber NIVO na dose de 3 mg/kg (n=453) a cada duas semanas ou IPI 10 mg/kg (n=453) a cada três semanas, por 4 doses. O endpoint primário foi sobrevida livre de recidiva na população por intenção de tratar. A sobrevida global foi o endpoint secundário.

Resultados

O estudo foi interrompido pelo comitê de monitoramento de segurança diante da evidência clara do benefício de nivolumabe. Os dados da análise planejada, que ocorreu com um seguimento mediano de 18,5 meses, foram apresentados no congresso da ESMO e mostram que a taxa de sobrevida livre de recidiva foi significativamente melhor com nivolumabe (66,4%) em relação a ipilimumabe (52,7%), com razão de risco de 0,65 (p <0,0001).

O perfil de segurança foi consistente com dados já reportados. Houve menos efeitos colaterais clinicamente relevantes (grau 3/4) no grupo tratado com nivolumabe (14%) em comparação com o braço tratado com ipilimumabe (46%). Apenas 10% dos pacientes que tomaram nivolumabe tiveram que parar o tratamento devido a efeitos colaterais em comparação com 43% dos que receberam ipilimumabe. Não foram notificadas mortes por toxicidade para NIVO, mas 2 mortes (0,4%) foram notificadas para IPI (colite e aplasia medular).

Em conclusão, os resultados do CHECKMATE 238 mostram pela primeira vez que um agente anti-PD-1 é superior no tratamento adjuvante do melanoma avançado, com menor toxicidade.

O estudo foi financiado pela Bristol-Myers Squibb e está registrado na plataforma Clinical Trial (NCT02388906).

Referências:

1. Abstract LBA8_PR ‘Adjuvant therapy with nivolumab (NIVO) versus ipilimumab (IPI) after complete resection of stage III/IV melanoma: a randomized, double-blind, phase 3 trial (CheckMate 238)’

2. Weber J, Mandala M, Del Vecchio M, et al. Adjuvant Nivolumab versus Ipilimumab in Resected Stage III or IV Melanoma. N Engl J Med. DOI: 10.1056/NEJMoa1709030

3. Gibney GT, et al. Safety, correlative markers, and clinical results of adjuvant nivolumab in combination with vaccine in resected high-risk metastatic melanoma. Clin Cancer Res. 2015;21:712–720. doi: 10.1158/1078-0432.CCR-14-2468.

4. Eggermont AM, et al. Prolonged survival in stage III melanoma with ipilimumab adjuvant therapy. N Engl J Med . 2016;375:1845–1855.

Leia mais: Terapias-alvo no melanoma metastático

Terapias-alvo e imunoterapia no melanoma