Estudo apresentado na ASCO GU mostrou resultados da combinação do anti PD-1 pembrolizumabe com o inibidor de VEGF axitinibe em pacientes com carcinoma de células renais (CCR) avançado, sem tratamento prévio. Os achados sugerem que a combinação tem perfil de toxicidade aceitável e atividade antitumoral promissora.
Estudos anteriores associando inibidores de checkpoint imune com inibidores de tirosina quinase da via do fator de crescimento endotelial vascular (VEGF) foram caracterizados por excesso de toxicidade. Agora, pesquisadores apresentaram na seção de pôster do 2018 Genitourinary Cancers Symposium os resultados iniciais de estudo aberto de fase Ib que combinou axitinib + pembrolizumab para determinar a dose máxima tolerada e a fase de expansão da dose.
O estudo incluiu 52 pacientes com CCR sem tratamento prévio para receber axi na dose de 5 mg por via oral duas vezes ao dia combinado a 2 mg/kg de pembro administrado por via intravenosa a cada 3 semanas. Os tumores foram avaliados usando RECIST v1.1 no baseline, na semana 12 e a cada 6 semanas subsequentes. O endpoint primário foi a toxicidade limitante da dose (DLT) durante os primeiros 2 ciclos (6 semanas); endpoints secundários avaliaram segurança, taxa de resposta objetiva (ORR), sobrevida livre de progressão (SLP) e a sobrevida global (SG).
Resultados
Entre os 52 indivíduos avaliados não foram observadas toxicidades inesperadas. Três DLTs foram relatadas entre os 11 pts tratados na fase de definição da dose: ataque isquêmico transitório (n = 1) e <75% da dose de axi planejada em decorrência da toxicidade relacionada ao tratamento (n = 2). Na data de corte (30 de março de 2017), 25 pacientes permaneciam recebendo o tratamento experimental.
Os eventos adversos grau ≥3 mais frequentes (≥ 10%) incluíram hipertensão (23%), diarreia (10%) e fadiga (10%). Os eventos potencialmente relacionados com a imunidade (> 10%) incluíram diarreia (29%), aumento da alanina aminotransferase (17%) ou aspartato aminotransferase (13%), hipotireoidismo (13%) e fadiga (12%). ORR foi de 73,1% (intervalos de confiança de 95% [ICs], 59,0-84,4). A SLP média (IC de 95%) foi de 20,9 (15,4-não avaliáveis) meses. Após 17,6 meses de seguimento, os dados de sobrevida global ainda não estavam maduros e 6 mortes não relacionadas ao tratamento foram relatadas.
Em conclusão, esses achados iniciais sugerem que a combinação axi / pembro é tolerável e exibe atividade antitumoral promissora em pacientes com CCR sem tratamento prévio. Estudo randomizado de fase 3 comparando o regime com a monoterapia com sunitinib está em andamento (Abstract 579).