Estudo de pesquisadores do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco aceito em publicação eletrônica no ASCO 2019 mostrou as características clinicopatológicas de um subgrupo de pacientes com câncer colorretal associado ao Schistosoma mansoni em uma área endêmica do Brasil. Gustavo Fernandes Godoy Almeida (foto), primeiro autor do trabalho, explica que pacientes esquistossomóticos apresentaram semelhança em termos de idade ao diagnóstico e lateralidade do câncer colorretal, mas tiveram maior incidência de metástases linfonodais quando comparados ao grupo-controle.
O estudo identificou 300 pacientes com câncer colorretal submetidos à biópsia e/ou cirurgia na instituição nos últimos 10 anos. Desta população foram considerados 83 pacientes atendidos na unidade de gastroenterologia, dos quais 7 apresentaram câncer colorretal e esquistossomose, correspondendo a 8,4% da população selecionada. “As próximas publicações do nosso grupo fornecerão informações sobre curvas de sobrevida e perfil genético dos pacientes portadores de câncer colorretal com e sem esquistossomose. Se for provada essa correlação, serão necessárias adaptações em políticas públicas de combate ao câncer (incluindo rastreamento) e ao parasita em áreas endêmicas”, sinaliza Godoy.
Referência: J Clin Oncol 37, 2019 (suppl; abstr e15154) - Clinicopathological description of a subset of schistosoma mansoni associated colorectal cancer patients in an endemic area in Brazil..