Onconews - MONALEESA-7: ribociclibe aumenta a sobrevida no câncer de mama avançado

sara hurvitz monaleessa bxOs resultados do estudo MONALEESA-7 foram apontados entre os destaques da ASCO 2019 e mostram que a adição de ribociclibe (Kisqali®, Novartis) à terapia endócrina aumentou a sobrevida de pacientes na pré-menopausa com câncer de mama receptor hormonal positivo, HER 2 negativo (HR+ / HER2-), em comparação com a terapia endócrina isoladamente. A apresentação do estudo será terça-feira, 04 de junho, na sessão oral de câncer de mama metastático. A oncologista Sara Hurvitz (foto), diretora do Programa de Pesquisa Clínica em câncer de mama na UCLA Jonsson Comprehensive Cancer Center, em Los Angeles, é a primeira autora.

Após 42 meses de acompanhamento, a taxa de sobrevida foi de 70,2% no grupo tratado com a terapia combinada versus 46,0% no grupo que recebeu apenas terapia endócrina (LBA1008)1.

"Este é o primeiro estudo a mostrar sobrevida superior a qualquer droga-alvo associada à terapia endócrina como tratamento de primeira linha no câncer de mama avançado", disse Sara. “O uso de ribociclibe como terapia de primeira linha prolongou significativamente a sobrevida global”, acrescentou.

Destacado também como o primeiro ensaio a se concentrar em mulheres pré-menopáusicas e com câncer de mama avançado HR+/HER2, este estudo inscreveu 672 mulheres sem exposição prévia à terapia endócrina, randomizadas para receber ribociclibe ou placebo. Todas as pacientes também receberam goserrelina associada a inibidor de aromatase não esteroidal (letrozol ou anastrozol) ou tamoxifeno.

Após acompanhamento médio de 34,6 meses, 173 mulheres (26%) permaneciam no estudo, sendo 116 (35%) no grupo tratado com ribociclibe e 57 (17%) no grupo placebo. A mediana de sobrevida livre de progressão foi de 23,8 meses para pacientes tratadas com ribociclibe versus 13 meses com placebo. Após 42 meses de acompanhamento, a taxa de sobrevida favoreceu o braço da combinação (70,0% vs 46,0); HR, 0.699 [95% CI, 0.50-0.98), representando redução relativa de 29% no risco de morte.

Para mulheres que receberam ribociclibe em combinação com tamoxifeno ou inibidor de aromatase não esteroidal, a taxa de sobrevida foi de 71% e 70%, respectivamente, em comparação com 55% e 43% entre as que receberam placebo em combinação com inibidores de aromatase ou tamoxifeno.

Em relação ao perfil de segurança, as reações adversas mais frequentes em pelo menos 20% das pacientes foram neutropenia, náuseas, infecções, fadiga, diarreia, leucopenia, vómitos, alopecia, dores de cabeça, obstipação, erupção cutânea e tosse.

Os autores observam que o câncer de mama avançado é a principal causa de morte por câncer na população feminina de 20 a 59 anos2 e as curvas de incidência aumentam. Nos Estados Unidos, a incidência de câncer de mama avançado aumentou 2% ao ano em mulheres de 20 a 39 anos, entre 1978 e 20083.

Ribociclibe (Kisqali®, Novartis Pharmaceuticals Corporation) é um agente terapêutico que inibe a atividade de quinases dependentes de ciclinas (CDK 4/6) e está aprovado pela agência norte-americana FDA em combinação com um inibidor de aromatase para mulheres pré/perimenopausa com câncer de mama avançado HR+, HER2-, como terapia endócrina inicial. A FDA também aprovou ribociclibe em combinação com fulvestranto para mulheres na pós-menopausa, como terapia inicial ou após progressão da doença.

Referências

1 - Abstract LBA1008: Phase III MONALEESA-7 trial of premenopausal patients with HR+/HER2− advanced breast cancer (ABC) treated with endocrine therapy ± ribociclib: Overall survival (OS) results. - Sara A. Hurvitz et al - J Clin Oncol 37, 2019 (suppl; abstr LBA1008)

2 - Siegel RL, Miller KD, et al. Cancer statistics, 2018. CA: A Cancer Journal for Clinicians. Vol. 68, No. 1. January/February 2018. Table 9.

3 - Johnson RH, Chien FL, et al. Incidence of breast cancer with distant involvement among women in the United States, 1976 to 2009. JAMA. 2013;309:800–5.