Em parcela de pacientes com câncer de pulmão não-pequenas células avançado, imunoterapia superou resultados históricos. Encontro da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO 2019) também destacou a importância de genotipar os pacientes e harmonizar as análises genômicas.
Estudo apresentado na ASCO 2019 demonstrou que o tratamento adjuvante pode melhorar a sobrevida de pacientes com câncer de pulmão não pequenas células (CPNPC) estádio I com fatores de alto risco para recorrência. Em cinco anos, a taxa de sobrevida global com adjuvância foi de 92,7% versus 81,7% e a sobrevida livre de recorrência de 81,4% vs 73,8% (Abstract 8500).
Outro highlight do programa científico foi a apresentação dos dados de cinco anos do estudo clínico de fase Ib KEYNOTE-001, mostrando que pembrolizumabe (Keytruda®) aumentou a sobrevida de parcela dos pacientes com câncer de pulmão não-pequenas células avançado (CPNPC), com resultados históricos. Após cinco anos, 23,2% dos pacientes sem quimioterapia prévia e 15,5% daqueles que receberam pembro+químio estavam vivos, com benefício superior em indivíduos com maior expressão de PD-L1 (Abstract LBA 9015).
Também selecionado para apresentação oral, trabalho de Vanita Noronha discutiu a adição de gefitinibe à quimioterapia com pemetrexede-carboplatina em pacientes com tumores EGFR mutados sem tratamento prévio e mostrou ganho de sobrevida livre de progressão ( 16 meses vs. 8 meses) e sobrevida global (não alcançada vs. 18 meses; HR: 0,45; P < 0.001), às custas de maior toxicidade. Eventos adversos relevantes (≥ grau 3) ocorreram em 51% dos pacientes que receberam gefitinibe em comparação com 25% dos que receberam químio baseada em platina (Abstract 9001).
A sessão oral contou ainda com a apresentação do estudo RELAY, que avaliou erlotinibe em combinação com ramucirumabe em pacientes com CPNPC EGFR mutados, com resultados que mostram sobrevida livre de progressão superior no braço de combinação, com mediana de 19,4 meses versus 12,4 meses (Abstract 9000).
Promessas
A análise primária do agente experimental capmatinib mostrou resultados encorajadores em pacientes com CPNPC com mutação MET exon-14, como apontaram os resultados do estudo GEOMETRY, outro destaque da oncologia torácica. A taxa de resposta global entre os pacientes que receberam capmatinib foi de 68% entre aqueles não tratados previamente e de 41% para pacientes já expostos a tratamento anterior, com duração mediana de resposta clinicamente significativa (Abstract 9004).
A importância de genotipar os pacientes e harmonizar as análises genômicas na oncologia torácica também estiveram entre as take home messages do encontro anual.
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