A adição do anti-PD 1 pembrolizumabe à quimioterapia neoadjuvante e à terapia adjuvante aumentou as taxas de resposta patológica completa ( pCR) em pacientes com câncer de mama triplo negativo. Os dados do estudo KEYNOTE-522, um dos destaques do programa científico do San Antonio Breast Cancer Symposium 2019, foram apresentados por Peter Schmid (foto), do Barts Cancer Institute, em Londres.
Neste estudo, Peter Schmid e colegas examinaram o efeito da adição de pembrolizumabe à quimioterapia neoadjuvante e à terapia adjuvante em pacientes com câncer de mama triplo negativo (TNBC, da sigla em inglês) em estágio inicial.
O estudo incluiu 1.174 pacientes com TNBC sem tratamento prévio, randomizados 2: 1 para receber pembrolizumabe mais quimioterapia ou placebo mais quimioterapia como tratamento neoadjuvante. Após a neoadjuvância, os pacientes foram submetidos à cirurgia definitiva e receberam radioterapia conforme indicado. Em seguida, receberam pembrolizumabe adjuvante ou placebo, até recorrência ou toxicidade inaceitável. Os endpoints primários são resposta patológica completa (PCR, da sigla em inglês) e sobrevida livre de eventos.
Nesta atualização, foram apresentados os resultados da análise de subgrupo que incluiu pacientes com envolvimento linfonodal. "O TNBC é um subtipo agressivo de câncer de mama, com altas taxas de recorrência nos primeiros cinco anos após o diagnóstico, em comparação com outros subtipos", disse Schmid, do Barts Cancer Institute, em Londres. “Já se sabe há algum tempo que o envolvimento linfonodal está associado a um risco ainda maior de recorrência em pacientes com TNBC”, acrescentou.
Em dados já relatados, pacientes no braço de pembrolizumabe mais quimioterapia apresentaram taxa significativamente maior de PCR em comparação aos pacientes no braço de quimioterapia (64,8 % versus 51,2%), independentemente da expressão de PD-L1. Agora, os dados apresentados no SABCS 2019 mostram que entre os pacientes com comprometimento nodal, 64,8% daqueles tratados com pembrolizumabe mais quimioterapia tiveram PCR, em comparação com 44,1% no braço de quimioterapia. Altas taxas de PCR também foram observadas em pacientes com doença em estágio III. "Nossos resultados sugerem que a adição de pembrolizumabe à quimioterapia neoadjuvante é benéfica para pacientes com doença mais agressiva", concluiu Schmid.
Após 15 meses de acompanhamento, o estudo também mostrou tendência favorável à sobrevida livre de eventos, mas ainda não alcançou os limites predefinidos de significância estatística.
Este estudo foi patrocinado pela MSD.
ClinicalTrials.gov Identifier: NCT03036488