Neal Shore destaca a evolução no |
Há quase 80 anos o trabalho seminal de Charles Huggins e Clarence Hodges lançou as bases para compreender a terapia de privação androgênica no câncer de próstata, em capítulo que abriu a apresentação de Neal Shore (foto) no SUMMIT URO-ONCO 2019.
“Huggins ganhou um Prêmio Nobel de Medicina em 1966 por suas descobertas sobre o tratamento hormonal do câncer de próstata, assim como Andrew Schally, pelas descobertas com LHRH, também premiado com o Nobel em 1977”, ilustrou Shore, em uma provocante apresentação sobre os novos caminhos do tratamento hormonal. “É importante olhar como tudo começou para ver como é notável o que temos sido capazes de fazer atualmente no câncer de próstata”, disse o especialista, que discutiu novas abordagens e paradigmas no tratamento.
“É importante olhar como tudo começou para ver como é notável o que temos sido capazes de fazer atualmente no tratamento do câncer de próstata" |
“Hoje chegamos à supressão máxima. Nos movemos do conceito de privação androgênica para o conceito de aniquilação androgênica”, resumiu, ao citar os avanços recentes no desenvolvimento de antiandrógenos no cenário da doença avançada. No entanto, a castração não é isenta de efeitos adversos. “Não é apenas a preocupação com fogachos e disfunção sexual, mas a castração envolve depressão, fadiga, desmineralização óssea e até síndrome metabólica”, afirmou Shore.
A partir da base de evidências, Neal Shore discutiu essas e outras questões, demonstrando como alcançar e manter a supressão de testosterona continua como a pedra angular no tratamento do câncer de próstata, mesmo na doença resistente a castração.
Parceria com ICESP adota ADT mais empregada no mundo
“Hoje, acetato de leuprorrelina é o bloqueador androgênico mais usado nos Estados Unidos e na Europa e certamente o bloqueio androgênico mais usado no Instituto do Câncer do Estado de São Paulo”, lembrou o urologista Willian Nahas, chairman do SUMMIT URO-ONCO 2019 e chefe do Serviço de Oncologia Urológica do ICESP.
A integração de urologistas e oncologistas clínicos é muito importante. “Associar o nosso conhecimento ao conhecimento do oncologista é fundamental para o bom atendimento do paciente”, enfatizou.
Ainda sobre o padrão de ADT no câncer de próstata, Nahas ressaltou a importância de assegurar a aderência do paciente ao tratamento, valorizando a qualidade de vida. “Quando pensamos na qualidade de vida desse doente é importante considerar as diferentes posologias, com uso mensal, trimestral e semestral. No Hospital das Clínicas estamos usando acetato de leuprorrelina semestral, minimizando a necessidade do indivíduo vir tantas vezes ao hospital”, ilustrou.