Resultados de estudo de fase II que avaliou terapia de privação androgênica (ADT) antes da prostatectomia radical em homens com câncer de próstata localizado de alto risco foram destaque em apresentação de Rana McKay, na sessão oral do ASCO Virtual Meeting 2020 dedicada aos tumores geniturinários. A terapia hormonal neoadjuvante seguida de prostatectomia radical resultou em respostas patológicas completas em 21% da população avaliada (Abstract # 5503).
Pacientes com câncer de próstata localizado de alto risco têm maior chance de recorrência e morte, apesar do tratamento. Neste estudo de fase II, randomizado e multicêntrico, o objetivo foi avaliar o impacto da privação androgênica na resposta patológica da prostatectomia radical.
Foram elegíveis pacientes com escore de Gleason ≥ 4 + 3 = 7, PSA> 20 ng / mL ou doença T3 avaliada por MRI da próstata, linfonodo <20 mm. Durante esta primeira etapa do estudo, os pacientes foram randomizados 1: 1 para AA + prednisona + apalutamida + leuprolida (APAL) ou AA + prednisona + leuprolida (APL) por 6 ciclos (1 ciclo = 28 dias), seguidos de prostatectomia radical (PR). Todos os casos de PR foram submetidos à revisão central de patologia. O endpoint primário foi a taxa de resposta patológica completa (pCR) ou doença residual mínima (MRD, tumor ≤5 mm). Endpoints secundários incluíram resposta do PSA, estadiamento cirúrgico na PR, taxa de margem positiva e segurança.
Resultados:
118 pacientes foram inscritos, com idade mediana de 61 anos (46-72), a maioria com doença de alto risco pelos critérios do NCCN [n = 111, 94%; T3 n = 73 (62%), Gleason 8-10 n = 84 (71%), PSA> 20 ng / mL n = 28 (24%)]. Um total de 114 (97%) pacientes completou 6 ciclos de terapia seguidos por PR.
O nadir mediano do PSA foi <0,01 versus 0,02 ng / mL e o tempo para nadir foi de 4,2 versus 4,6 meses nos braços APAL e APL, respectivamente. Os resultados de PR são exibidos na Tabela (veja abaixo). A taxa combinada de pCR ou MRD foi de 21,8% no grupo APAL e 20,3% no grupo APL (p = 0,85).
Em relação ao perfil de segurança, 13 (11%) pacientes (8 em APAL; 5 em APL) apresentaram eventos adversos Grau 3 relacionados ao tratamento, incluindo hipertensão (5%), ALT elevado (3%) e AST elevado (3%). Não foram relatados eventos adversos de Grau 4 ou 5.
“A terapia hormonal neoadjuvante seguida de prostatectomia radical em homens com câncer de próstata de alto risco resultou em respostas patológicas completas (tumor residual <5 mm) em 21% dos pacientes”, concluíram os autores. As respostas patológicas foram semelhantes entre os braços de tratamento, mas acompanhamento de longo prazo deve trazer dados futuros sobre as taxas de recorrência.
Agora, o estudo inicia sua próxima etapa e investiga o impacto de 12 meses adicionais de APAL pós-PR na recorrência bioquímica. Estudo de fase III investigando apalutamida neoadjuvante + leuprolida antes da PR está em andamento.
Informações sobre o ensaio clínico: NCT02903368.
Pathologic outcomes at RP | ||
| APAL (N=55) | APL (N=59) |
ypT2 | 21 (38%) | 19 (32%) |
ypT3 | 27 (49%) | 34 (58%) |
Positive Margins | 4 (7%) | 7 (12%) |
Positive Seminal Vesicles | 15 (27%) | 16 (27%) |
Positive Lymph Nodes | 4 (7%) | 10 (17%) |
pCR | 7 (13%) | 6 (10%) |
MRD | 5 (9%) | 6 (10%) |
Referências: Results of a phase II trial of intense androgen deprivation therapy prior to radical prostatectomy (RP) in men with high-risk localized prostate cancer (PC). - J Clin Oncol 38: 2020 (suppl; abstr 5503) - DOI:10.1200/JCO.2020.38.15_suppl.5503
First Author: Rana R. McKay, MD
Meeting: 2020 ASCO Virtual Scientific Program
Session Type: Oral Abstract Session
Session Title: Genitourinary Cancer—Prostate, Testicular, and Penile
Track: Geniturinary Cancer – Prostate, Testicular and Penile
Subtrack: Prostate Cancer – Local Regional Disease
Abstract: # 5503