ASCO prostata 1Análise post hoc do estudo TITAN apresentada em sessão oral no Simpósio ASCO GU 2020 mostrou que a adição de apalutamida à terapia de privação androgênica (ADT) reduziu o risco de segunda progressão em pacientes com câncer de próstata metastático hormônio sensível, independentemente da terapia subsequente (hormônio ou taxano).

O estudo TITAN, randomizado, duplo-cego, de fase 3, mostrou benefício de apalutamida (APA) versus placebo (PBO) combinado à ADT, com melhora significativa na sobrevida livre de progressão radiográfica e sobrevida global (Chi KN et al. NEJM 2019). Agora, novos dados foram apresentados no ASCO GU 2020.

Nesta análise, os pesquisadores consideraram o tempo entre a randomização e a progressão da doença (SLP2) após 1ª terapia subsequente (hormonal versus taxano).

Resultados

277 pacientes (APA, 87; PBO, 190) receberam terapia sistêmica subsequente para câncer de próstata; 86 pacientes (APA, 24; PBO, 62) receberam terapia hormonal (acetato de abiraterona + prednisona ou enzalutamida) e 99 (APA, 30; PBO, 69) receberam taxano (docetaxel ou cabazitaxel) como primeira terapia subsequente.

As características demográficas e da doença foram semelhantes entre os grupos no baseline. O grupo taxano apresentou maior proporção de pacientes com alto volume e pacientes com > 10 metástases ósseas e menor proporção com exposição prévia a docetaxel, quando comparados ao grupo hormonal. A duração média do tratamento com APA e PBO foi respectivamente de 11,9 e 11,1 meses no grupo hormonal e de 11,0 e 11,3 meses no grupo taxano.

Os resultados mostram que a SLP2 foi significativamente maior para APA vs PBO (HR 0,66 [95% CI 0,50-0,87], p = 0,0026), independentemente da terapia subsequente. Pacientes que receberam APA tiveram redução significativa no risco de 2ª progressão em comparação com PBO (terapia hormonal: HR 0,68 [0,48-0,97], p = 0,0326; taxano: HR 0,67 [0,48-0,94], p = 0,0189; medianas não alcançado).

Este estudo está registrado na ClinicalTrials.gov: NCT02489318. 

Referências: Time to second progression (PFS2) in patients (pts) from TITAN with metastatic castration-sensitive prostate cancer (mCSPC) by first subsequent therapy (hormonal vs. taxane) - Neeraj Agarwal et al - J Clin Oncol 38, 2020 (suppl 6; abstr 82)