Onconews - Consórcio internacional atualiza classificação prognóstica no seminoma avançado

TESTICULO NET OKNa classificação original do International Germ Cell Cancer Collaborative Group (IGCCCG), publicada em 1997, as metástases viscerais extrapulmonares foram o único fator prognóstico adverso entre 660 seminomas avançados tratados entre 1975 e 1990. Agora, nova classificação foi apresentada no ASCO GU 2020, refinando fatores prognósticos.

Para atualizar a classificação original do IGCCCG, um consórcio internacional forneceu dados sobre 2458 pacientes com seminoma avançado tratados com quimioterapia de primeira linha baseada em cisplatina e etoposideo, entre 1990 e 2015. Foram calculadas as probabilidades de sobrevida livre de progressão (SLP) e sobrevida global (SG).

A análise CART foi usada para identificar fatores prognósticos adicionais dentro do grupo de bom prognóstico na classificação de risco original do IGCCCG. Entre 2302 pacientes elegíveis e com dados completos para análise, um conjunto de 1509 pacientes (1437 de risco favorável e 72 de risco intermediário) foi usado para a construção do modelo. Um conjunto independente de 793 pacientes foi reservado para validação. Os endpoints primários foram sobrevida livre de progressão (SLP) e sobrevida global (SG) em 5 anos.

Resultados

Em comparação com os benchmarks de 1997 do IGCCCG, as taxas de SLP em cinco anos aumentaram para 88,7% (87,2 - 89,9%) e 78,4% (69,6 - 84,9%) em pacientes de risco favorável e intermediário. As taxas correspondentes de SG em cinco anos foram, respectivamente, de 95,4% (94,4 - 96,2%) e 87,2% (79,2 - 92,2%).

Na análise CART, lactato desidrogenase (LDH) alcançou um ponto de corte de 2,5 vezes o limite superior de normalidade (LSN), identificado como fator prognóstico mais significativo em pacientes de risco favorável. As taxas de SLP em 5 anos foram de 92,1% (90,3 - 93,6%) e de 79,2% (74,2 - 83,4%) em subgrupos com LDH baixo e LDH alto (HR = 2,90, P <0,0001).

Pacientes de risco favorável com LDH acima de 2,5 x LSN (313 de 1411 pacientes) tiveram desempenho semelhante àqueles de risco intermediário. O hCG não foi identificado como fator prognóstico independente. 

Conclusões

O IGCCCG original ainda discrimina significativamente entre seminoma metastático de risco "bom" e "intermediário", mas com SLP e SG significativamente melhores em ambos os grupos de risco. O LDH no ponto de corte de 2,5 x ULN refina ainda mais a classificação e identifica homens com seminoma de risco intermediário na ausência de metástases viscerais extrapulmonares. 

Referência: Prognostic factors in advanced seminoma: An analysis from the IGCCCG Update Consortium. - Joerg Beyer et al - J Clin Oncol 38, 2020 (suppl 6; abstr 386)